O verdadeiro rei do Rio? Joel Santana assumiu essa fama que já pertenceu a Romário e Renato Gaúcho, e utilizou como título de sua biografia. Ou melhor, ao invés de rei, ele chamou de king, fazendo uma piada com o inglês que se transformou em meme antes de se tornar sua marca registrada durante sua passagem como técnico da seleção sul-africana.
Joel Santana lançou sua biografia no Rio — Foto: Luzi Alves
Aos 76 anos, o ex-técnico fez o lançamento da sua biografia na noite dessa terça-feira, numa livraria na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Com 256 páginas, “O verdadeiro king do Rio” (publicado pela editora Tinta Negra) está à venda por R$ 59,90 e traz à tona suas vivências como jogador e, especialmente, como treinador.
Joel é um dos raros que comandou os quatro grandes clubes do Rio, ao lado de nomes como Abel Braga, Valdir Espinosa, Oswaldo de Oliveira, Jair Pereira, Ricardo Gomes, PC Gusmão, Zagallo, Gentil Cardoso, Tim e o uruguaio Ramón Platero. Porém, ele é o único que levou o título carioca com Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco.
Joel Santana comemora com o Botafogo em 2010 — Foto: André Durão / Globoesporte.com
Ao total, foram oito conquistas estaduais, sendo três pelo Vasco, duas pelo Botafogo e Flamengo, e uma pelo Fluminense. Um feito do qual ele se orgulha, mas brinca que seu currículo poderia ser até ainda mais recheado:
— Muita gente deseja ser o rei, mas rei existem apenas um. Você já viu dois reis em um mesmo lugar? Não tem (risos). Em cada equipe que passei, deixei um legado. Tenho oito títulos estaduais porque viajei bastante (trabalhou fora). Se não tivesse feito essas viagens, teria uns 15 ou 20 (risos). Estou muito emocionado hoje, parece até meu primeiro dia. É uma biografia simples, sobre um garoto de Olaria que manteve os pés no chão e desbravou o mundo. Então, é uma prova de que quando você deseja, quando você pode, você consegue. Em meus 60 anos dentro do futebol, alcancei o que consegui. E agora, esse livro foi uma solicitação de amigos, companheiros, da mídia… Enfim, tem um pouco de cada um.
Joel Santana no comando do Flamengo em 2012 — Foto: Cezar Loureiro / Agência Globo
Júnior Maestro, ex-jogador do Flamengo, e Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, foram alguns dos que prestigiaram o evento. O prefácio da obra foi escrito por Romário, que junto com Joel, conquistou seus últimos títulos em 2000 pelo Vasco (em 2008, o Baixinho chegou a afirmar que o treinador foi o melhor com quem trabalhou na carreira). A biografia é do jornalista Wilson Rossato, que também assina a obra “Mil vezes Túlio Maravilha”.
— O título foi uma ideia minha e aceito de imediato tanto pela editora quanto pelo Joel, pois realmente retrata o personagem Joel Santana. E essa particularidade do inglês, que fez dele um nome conhecido fora dos gramados, precisava estar presente. Quando comecei a pesquisa, vi que o tema era muito amplo, então ganhei um capítulo especial, “Papai Joel fala inglês”. Ele transformou uma situação que começou como brincadeira em grandes campanhas publicitárias — explicou Rossato.
Joel Santana no Fluminense em 2007 — Foto: Divulgação
Uma curiosidade é que o autor é torcedor do Palmeiras e um dos grandes feitos de Joel foi na final da Copa Mercosul de 2000, quando o time virou o jogo de 4 a 3 contra o Alviverde. Quando questionado se revelaria o segredo daquela conquista épica no livro, o ex-treinador respondeu:
— Isso aí eu não posso contar, pô. São segredos de bastidores. Somente os jogadores podem detalhar aquilo porque ninguém mais acreditava. Eu cheguei no Vasco, me apresentei no domingo e logo já estava decidindo a final. Fizemos aquela virada histórica, com uma mudança de esquema que eu apliquei. Treinador é ousado, ou a jogada funciona ou não. Eu fiz uma alteração, deu certo, os jogadores compraram a ideia e conquistamos a vitória.
Além de comandar Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco, Joel também passou pelo América e Boavista, clube em que encerrou sua carreira de treinador entre 2016 e 2017. Como atleta, ele teve passagens por Vasco, Olaria e América-RN.
Fonte: ge
