A construção das jogadas do Botafogo é orquestrada pelos pés de Marlon, que pode começar como reserva caso Cláudio Caçapa decida poupar os titulares em razão da Recopa. Seja através de um lançamento preciso ou de um passe bem colocado, a inteligência de Marlon impõe o ritmo da equipe com a bola. Por outro lado, Tchê Tchê atua como um verdadeiro “motorzinho” no meio-campo, sendo essencial para que o setor ofensivo trabalhe em harmonia em beneficio de Philippe Coutinho e Pablo Vegetti. Mesmo com apenas oito atuações no time cruz-maltino, o treinador Fábio Carille já deixou claro que conta com a versatilidade do camisa 3 para trazer equilíbrio ao sistema tático.
— Apesar de serem volantes de origem, Marlon tem um papel mais de organizador. Ele possui um bom passe longo, consegue inverter o jogo, fazer passes em profundidade por cima da defesa, e tem uma leitura excelente da velocidade da partida, sabendo quando desacelerar e acelerar. Tchê Tchê, por sua vez, é mais combativo e ocupa um espaço maior em campo, cadenciando o jogo e participando das ações com mais toques na bola. Ele pode atuar como primeiro ou segundo volante, fazendo a função de um falso ponta, ajudando o lateral na marcação. É um jogador bem dinâmico — analisa Rodrigo Coutinho, comentarista do Grupo Globo.
Desde que se juntaram em 2023, os volantes formaram uma amizade que se consolidou ao redor de uma braçadeira. Ao chegar em 2022, no primeiro ano da nova era alvinegra, Tchê Tchê rapidamente se tornou uma figura central no grupo, chegando ao ponto de ser escolhido capitão da equipe. Com uma essência de líder discreto, Marlon, que chegou no ano seguinte, conquistou voz no vestiário, principalmente ao superar críticas externas durante a exitosa temporada de 2024. E mesmo com a confirmação da titularidade sob o comando de Artur Jorge, ele sempre respeitou sua posição e passava a faixa quando Tchê Tchê entrava em campo.
Marlon liderava em campo e resolvia os “pepinos” nos bastidores do clube como principal representante do elenco, enquanto Tchê Tchê animava a resenha com todos os companheiros. O jogador atualmente no Vasco deixou o Botafogo de forma positiva, recebendo homenagens tanto do clube quanto dos colegas em sua despedida.
Vontade de permanecer no Rio
Apesar da recepção calorosa em sua saída, Tchê Tchê ficou, de certa forma, desconfortável com a lentidão do Botafogo em decidir sobre a possível renovação de seu contrato, que se encerrou ao final da última temporada. Assim como aconteceu com Artur Jorge, a diretoria focou nos títulos da Libertadores e do Brasileiro antes de discutir quaisquer negociações. Coincidentemente, ambos se despediram da equipe.
Sem a renovação do contrato, o meio-campista aceitou a proposta do rival. Além do aspecto esportivo, a decisão de continuar no Rio de Janeiro também foi influenciada pela reta final da gravidez da esposa, Cláudia, que já está adaptada à cidade, facilitando o processo gestacional.
Do outro lado, Marlon assumiu a função de capitão e viu outras lideranças se destacarem depois das conquistas do ano anterior. Uma delas foi a do zagueiro Alexander Barboza, que começou a ser um “porta-voz” do grupo. Após a derrota por 2 a 0 contra o Racing-ARG na ida da Recopa Sul-Americana na última quinta-feira, o argentino expressou a frustração dos jogadores com o planejamento do clube para 2025, especialmente em relação à indefinição sobre um treinador permanente, já que Cláudio Caçapa está atuando como auxiliar técnico.
Fonte: Extra
Escreva seu comentário