— Nós temos sofrido mais gols do que gostaríamos antes de marcar. Porém, o que realmente importa é a nossa capacidade de manter o controle. Há um trabalho psicológico em campo, multidisciplinar, realizado por todos os jogadores, que nos permite virar o jogo. Não queremos sofrer esses gols, mas o apoio da torcida é muito empolgante e temos condições de vencer. Ainda mais em casa — afirmou.
Com esse resultado, o Vasco pode empatar até mesmo no jogo de volta contra o Athletico, que acontecerá na próxima quinta-feira, na Arena da Baixada, e garantir sua vaga nas semifinais. Paiva falou sobre o planejamento para o próximo jogo, apesar das várias ausências, sendo a mais recente a de Adson, que corre o risco de ficar fora do restante da temporada.
— Não adianta reclamar. As lesões acontecem. Outras equipes também têm perdido jogadores e precisamos acreditar no nosso grupo. Os jogadores que estão entrando têm compreendido isso, mesmo que tenham características diferentes. Estamos conseguindo buscar vitórias, encontrar alternativas. É uma pena perder David, Adson, João… mas temos qualidade no elenco para suprir essas ausências e encontrar soluções.
Vasco x Athletico-PR – Rafael Paiva — Foto: André Durão
Confira outras declarações de Rafael Paiva:
Jogadores jovens: “Tenho muita confiança no nosso elenco. A combinação de jogadores experientes com os mais jovens, abaixo de 20 anos, tem sido muito proveitosa. Estamos conseguindo desenvolvê-los ainda mais, com sessões de treinamento adicionais, colocando em prática algumas ideias. Isso fará a diferença para buscar vitórias e manter nossa força no segundo tempo. Acredito que mais jogadores estão compreendendo o que buscamos, o caminho para alcançar mais vitórias, pontuar sempre e vencer em casa. Estamos conseguindo elevar o nível de jogo de mais jogadores do nosso elenco, seja técnica, tática ou psicologicamente. Estamos fortalecendo e qualificando os jogadores que temos, pois eles têm muito potencial”.
Vantagem na Copa do Brasil antes do jogo na Arena da Baixada: “É muito difícil jogar em um campo sintético, a bola fica muito rápida. Mesmo que já tenhamos jogado lá antes, a sensação é diferente durante a partida. O início do jogo deles é muito intenso. Será um duelo muito complicado. Apesar de termos uma vantagem, ainda considero a disputa aberta. Precisamos estar extremamente concentrados. A vantagem é mínima e temos plena consciência disso. Teremos que trabalhar duro e lutar muito no jogo, também tentar impor nosso jogo. Se formos apenas nos defender, sabemos que eles são muito fortes, gostam de atacar muito. Para nós, a partida está totalmente em aberto. Precisamos estar muito focados para fazer uma exibição fantástica lá e alcançar as semifinais da Copa do Brasil”.
Planejamento para o jogo contra o Vitória inclui poupar jogadores? “A respeito do jogo contra o Vitória, ainda não decidimos nosso plano. Era importante esperar o término dessa partida para avaliar a situação. Já tínhamos a certeza de que a intensidade seria altíssima. Precisamos analisar o estado físico dos jogadores amanhã para decidir as substituições necessárias. A partir de amanhã, começaremos a pensar no confronto contra o Vitória. No momento, não posso adiantar nada”.
Payet agitado e reclamações com a arbitragem: “Tivemos essa conversa antes do jogo começar. Sabíamos que o Athletico tentaria ser mais agressivo, tornar o jogo mais tenso ou parado. Era importante valorizar nosso apoio em casa, buscando ter vantagem. Precisávamos acelerar o jogo. Isso certamente irrita. O jogo é interrompido, o goleiro cai várias vezes. Sabíamos que precisávamos manter o nível de concentração. No campo, é a forma de eles extravasarem. Payet se irritou um pouco mais, mas isso faz parte do contexto do jogo. Sabíamos que teríamos que superar isso e conseguimos. O mais importante é que saímos vencedores, independentemente da maneira como foi. Isso nos fortalece e nos torna mais resilientes. Jogos de copa têm essa característica. Precisamos passar por tudo isso se quisermos avançar para a próxima fase”.
Coutinho estará disponível para o jogo com o Vitória? Você o vê atuando junto com Payet? “Coutinho está ansioso para jogar, ele sente muito estar fora porque sabe que tem um enorme potencial para contribuir. Ele é um jogador extremamente talentoso. No entanto, precisamos ter cuidado e não apressar o processo de recuperação. Ele só deve voltar quando estiver 100% apto. Ainda temos mais duas sessões de treinamento antes de tomar uma decisão. Tudo dependerá de como ele responderá. Coutinho está cheio de vontade, mas também sabemos que ele terá capacidade de sobra. Temos que ter paciência e não pular etapas para evitar que ele se machuque, assim como fizemos com Payet. Ele teve um período de jogos, depois ficou parado. Agora, estamos conseguindo fazê-lo jogar por mais tempo, de forma mais contínua, e teremos que seguir o mesmo caminho com Coutinho. Vamos esperar essas duas sessões para ver o que acontece. Tenho certeza de que, quando ele estiver bem e for escalado, ele nos ajudará muito”.
Importância do equilíbrio mental dos jogadores: “Isso está muito ligado à união do grupo. Nem todos conseguem jogar, mas é essencial que todos se sintam importantes. E não apenas dizer isso, mas demonstrar por meio das ações. Acreditamos nos jogadores que temos, desenvolvemos o potencial de todos, procuramos rodar os atletas não apenas na equipe titular, mas também nas convocações. Verdadeiramente envolvemos todos, por meio de ações. Léo, sempre digo, é uma das lideranças do time, experiente. Todas as ações têm como objetivo vencer as partidas e crescer, dando experiência aos mais jovens. Estamos caminhando nessa direção. Não à toa, estamos invictos há sete jogos, com quatro vitórias. Isso se deve muito ao nosso dia a dia, que às vezes as pessoas não veem, por impossibilidade. Há muito trabalho por trás do jogo, e temos nos dedicado a isso. A torcida nos apoiou o tempo todo, mesmo quando estávamos perdendo. Sinto que eles estão acreditando cada vez mais em nós, e isso faz uma enorme diferença para termos coragem e energia para buscar as vitórias e as viradas. Para mim, fica o saldo positivo de sentir que estão nos apoiando um pouco mais, mesmo nas adversidades”.
Como se preparar mentalmente para não ficar em desvantagem no placar, pensando na partida de volta? “Nós esperamos não sofrer gols, pois se não sofrermos, avançaremos para a próxima fase. No entanto, é muito difícil exercer total controle, o adversário também tem mérito em suas ações. Sabemos que precisamos estar alertas. Conhecíamos as armas do Athletico, que são muitas. É uma equipe que ataca com muita força, causando muitos problemas para as defesas adversárias. Por mais que tentemos neutralizar tudo, há competência do outro lado. O nível de competitividade é muito alto. É semelhante a um jogo de xadrez, em que cada um faz um movimento. Você tenta neutralizar tudo, e o adversário busca outras alternativas. Na minha opinião, não há forma melhor de se defender do que marcar gols, buscar atacar e não apenas ficar esperando o resultado ou segurar a vantagem”.
Ser chamado de burro: “Nós estamos em uma sequência invicta de sete jogos, com quatro vitórias. O Vasco tem milhões de torcedores. Uma parte deles é mais exigente e sempre está insatisfeita. Tento transmitir aos jogadores que quando eles saem às ruas, são parabenizados e incentivados. Não podemos agradar a todos o tempo todo. Estamos trabalhando duro. Não conseguiremos satisfazer a todos o tempo todo. O grupo está evoluindo. Uma parte da torcida é muito exigente, até criticaram Emerson Rodriguez no primeiro tempo e ele fez o gol. Isso faz parte. Outras torcidas também são assim. Se for vaiado, é necessário continuar evoluindo e trabalhando.
Fonte: ge