A renúncia do CEO da SAF do Vasco, Lúcio Barbosa, e da diretora de finanças, Kátia dos Santos, na manhã de terça-feira (11), agravou ainda mais o panorama que já não era positivo. Neste momento, a administração da empresa associada à CBF (e, por conseguinte, à FIFA) se encontra sem os gestores responsáveis pela assinatura dos contratos administrativos e financeiros com os credores e as entidades reguladoras vinculadas à FIFA, como a CBF e a federação. A partir de agora, os documentos serão assinados pelo presidente Pedro Paulo, conhecido como Pedrinho, com base no Artigo 150 da Lei das Sociedades Anônimas (S.A.)
Em resumo, a empresa criada para evitar que a dívida de R$ 770 milhões prejudicasse o futebol do clube, atualmente inscrita como participante das competições oficiais, não possui perspectivas de receita e está sem direção – à deriva em águas turbulentas. Além disso, encontra-se cercada por credores que se apresentam de forma assustadora, prontos para prejudicar a navegação no competitivo cenário do Campeonato Brasileiro da Série A.
Segundo as normas das Sociedades Anônimas, os membros do Conselho Fiscal são considerados “solidariamente responsáveis” pelos danos causados a terceiros, juntamente com os gestores da empresa. De acordo com informações que circulam nos bastidores do clube e da SAF, as finanças estariam equilibradas até setembro, com apenas três meses do ano sem cobertura. No entanto, relatos indicam que não há recursos em caixa para pagar os salários no próximo dia 5 de julho.
Ainda dentro do plano de reestruturação financeira da 777 Partners, proposto por executivos da B Riley Advisory, empresa encarregada de reorganizar os negócios do grupo americano, está a possibilidade de denunciar o Vasco à FIFA. Alega-se que a empresa investiu aproximadamente U$ 60 milhões (cerca de R$ 300 milhões) e foi afastada devido a violações contratuais em decisão judicial.
Apesar das aparências, a saída de Lúcio Barbosa, neste momento, não deveria ser motivo de comemoração. Mesmo diante dos resultados insatisfatórios da equipe, havia um protocolo de gestão e expertise técnica. Atualmente, a situação é outra: não há recursos financeiros, profissionais de gestão ou estratégias técnico-táticas.
O Vasco está negligenciando seu destino.
Fonte: Futebol Coisa e Tal – Gilmar Ferreira – Extra