No centro de treinamento do Vasco, onde não era presença diária, Alexandre Mattos foi demitido abruptamente do cargo de executivo de futebol. Não houve menções à derrota no Campeonato Estadual, nem questionamentos sobre a troca de mensagens com o jornalista Lucas Pedrosa. Mattos foi afastado pela totalidade, desde a ineficácia nas negociações de contratação de jogadores até o comportamento inadequado e discordante com o modelo de gestão empresarial.
Porém, uma frase específica desencadeou a demissão que já estava sendo debatida há mais de 20 dias nos bastidores da organização: a parte da conversa com o jornalista em que o diretor tenta se justificar pelas críticas sobre sua persistência em trazer jogadores representados pelo empresário André Cury.
“Quem me indicou o Breno foram eles mesmos. Quanto a mim, tanto faz quem viesse (sic). Até porque, como mencionei várias vezes, não tenho o poder de decisão. Quem seleciona ou aprova é a equipe técnica e os observadores da 777. Eu executo o que é autorizado. Sem problemas. E está tudo em conformidade.”
Vale ressaltar que Ramon e Emiliano Diaz reclamaram de Mattos por ele ter demorado a concretizar a contratação do atacante André Silva, do Vitória de Guimarães. O executivo persistia na tentativa de adquirir Breno Lopes, do Palmeiras, representado por Cury.
Lúcio Barbosa, o CEO, limitou-se a justificar a dispensa de Mattos por “quebra de confiança”. No entanto, pessoas próximas à gestão do futebol vascaíno afirmam que a diretoria da 777 entendeu que a versão do diretor na troca de mensagens com o jornalista violou os protocolos de confidencialidade e demonstrou falta de comprometimento com os interesses do clube. Além disso, fizeram questão de compartilhar a conversa com um amigo (sic).
É surpreendente que um profissional bem-sucedido, responsável por formar times competitivos em clubes de diversas regiões, tenha optado por carregar a imagem de incompetente e omisso. Pois o desempenho de Mattos no Vasco, em seus 90 dias no clube, ficou aquém das expectativas. Culminando com sua ausência na entrevista coletiva após a eliminação para o Nova Iguaçu, momento no qual era esperado que assumisse a responsabilidade pela derrota.
Fonte: Blog Gilmar Ferreira – Extra