COMUNICADO DA GESTÃO DE JORGE SALGADO PARA O PERÍODO DE 2021 A 2023
Com grande preocupação, a Gestão Jorge Salgado tomou conhecimento de uma decisão liminar, em caráter inicial, concedida ontem à noite (15/5) a pedido do CRVG, que suspende os efeitos do Contrato de Investimentos e do Acordo de Acionistas da Vasco SAF, bem como os direitos societários do investidor, devolvendo o controle da Vasco SAF ao clube associativo. Essa situação inédita coloca o Vasco da Gama em um cenário jurídico com desdobramentos imprevisíveis, podendo até mesmo ameaçar a viabilidade das Sociedades Anônimas do Futebol.
A transferência do controle acionário da SAF para a associação, por decisão unilateral da Diretoria Administrativa, reverte a escolha pela profissionalização do futebol feita pela maioria dos sócios do CRVG em duas Assembleias Gerais. O modelo de SAF altamente profissional, com um sócio controlador externo, foi reafirmado pelos sócios do clube na eleição de novembro passado, na qual o candidato vencedor defendia a continuidade desse modelo, enquanto o derrotado propunha o rompimento do contrato da SAF. Com a associação novamente à frente da SAF, muitos vascaínos temem o retorno de um passado turbulento que acreditavam estar superado.
É evidente, pelas informações divulgadas sobre a 777 Partners, que o CRVG está agindo corretamente ao buscar proteger seus direitos na sociedade. Em uma situação empresarial normal, tais medidas seriam debatidas no Conselho de Administração da Vasco SAF, onde o sócio CRVG tem dois assentos e prerrogativas bem definidas por contratos e estatutos para garantir seus direitos.
Causa apreensão a suspensão, por decisão liminar judicial, dos efeitos do Contrato de Investimentos e do Acordo de Acionistas, que asseguravam os direitos do CRVG, podendo acarretar sérias fragilidades para o clube, especialmente considerando que o investidor estava obrigado a aportar quase R$ 300 milhões em setembro próximo, sob pena de perder suas ações não integralizadas de forma definitiva. Esse seria um desfecho contratual que propiciaria um recomeço livre de litígios e riscos para a reputação ou a saúde financeira do clube.
Cabe ressaltar que, durante a gestão atual, a 777 Partners cumpriu integralmente com os recursos estabelecidos em contrato. Embora tenha ocorrido um atraso no pagamento do segundo aporte, seguido de uma notificação do CRVG à 777 Partners, o montante devido foi quitado posteriormente, com o acréscimo de juros. Também é verdade que a Vasco SAF firmou, no segundo semestre de 2022, um contrato de empréstimo com uma empresa do Grupo 777, sem o conhecimento ou consentimento do CRVG, o que motivou uma diligente intervenção de nossos representantes resultando em normas internas que impedem a realização de novos acordos dessa natureza sem a expressa aprovação do sócio CRVG. Essa transação em questão, quitada com o pagamento de juros, está registrada nos demonstrativos financeiros da Vasco SAF.
Como sócios e torcedores do Vasco, manifestamos nossa forte a intenção de que os sócios da Vasco da Gama SAF, CRVG e 777 Partners, iniciem diálogos francos, transparentes e de boa fé para resolver o litígio judicial o mais brevemente possível. Enquanto isso, é crucial que a diretoria profissional da Vasco da Gama SAF seja autorizada pelos sócios a prosseguir com a gestão da empresa, afastando qualquer ameaça à continuidade de seus negócios. Temos um treinador para contratar para a equipe de futebol profissional, jogadores entrando em campo em menos de uma semana, e uma Instituição com mais de cem anos com uma missão a cumprir.
Rio de Janeiro, 16 de maio de 2024
Diretoria Administrativa CRVG
Triênio 2021-2023
Fonte: X Atenção Vascaínos