Mais de 64 mil torcedores estavam no Maracanã na noite de 19 de novembro de 1969, uma quarta-feira, dia em que o Vasco enfrentou o Santos pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, equivalente ao Campeonato Brasileiro de hoje.
Nas laterais do campo, uma grande quantidade de repórteres, fotógrafos, cinegrafistas e “penetras”, todos ansiosos para testemunharem de perto o tão aguardado gol um mil de Pelé (1940-2022).
O Vasco marcou primeiro com um gol do meio-atacante Benetti, aos 16 minutos do primeiro tempo.
O Santos empatou com um gol contra do zagueiro Renê, aos 10 minutos do segundo tempo. O jogo estava tenso, sempre que Pelé se aproximava da meta adversária com a bola havia a expectativa de gol, até o momento em que o Rei recebeu lançamento de Clodoaldo e dividiu com o zagueiro cruzmaltino Fernando. O árbitro, Manoel Amaro de Lima, já falecido, apontou pênalti imediatamente, sem hesitar, para desespero do goleiro argentino Andrada (1939-2019), também já falecido.
A confusão foi grande, com muita reclamação por parte dos jogadores vascaínos, mas alguns minutos depois Pelé tomou distância para a cobrança.
Foram cinco passos até que Pelé tocasse na bola, com o pé direito, no canto esquerdo de Andrada, que saltou bem mas não conseguiu defender. Enquanto Pelé corria para buscar a bola no fundo do gol, o goleiro esmurrava o chão, desesperado.
Geraldo Blota, o “GB”, foi o primeiro repórter a entrevistar Pelé, e aparece em diversas fotos feitas ao lado do gol vascaíno, como na imagem acima, de camisa branca e microfone em punho.
Reginaldo Leme, à época repórter do “Estadão”, no início de carreira, também estava presente, como você pode conferir na imagem abaixo.
Pelé beija a bola; Geraldo Blota foi o primeiro a chegar para entrevistar o Rei. À esquerda, junto à trave, o jovem Reginaldo Leme, então repórter do Estadão, de camisa branca. Foto: arquivo pessoal de Reginaldo Leme
O jogo foi interrompido devido à grande invasão no gramado. Pelé dedicou seu feito histórico para as crianças do Brasil. Placar final: Vasco 1 x 2 Santos.
Fonte: Coluna do Milton Neves – Uol
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