Lá se vão treze anos, quando Fábio Carille ainda não sonhava em trilhar seu caminho como técnico, muito menos em liderar o Vasco. Ele andava pelos corredores de São Januário como um espectador comum, analisando o Lanús, o próximo adversário do Corinthians na Libertadores. E o que ele viu na Colina Histórica o deixou realmente impressionado.
Este momento foi relembrado logo na coletiva de apresentação do treinador. Em 2012, Carille estava sob a orientação de Tite e, em algumas ocasiões, teve a missão de estudar os oponentes que o Corinthians enfrentaria. Naquela época, Vasco e Timão estavam nas oitavas de final da Libertadores, enfrentando o Lanús e o Emelec, respectivamente.
– O que mais me chamou a atenção foi em 2012, quando estive aqui. Ninguém sabia quem eu era, vim disfarçado para assistir Vasco x Lanús, sendo o olheiro do Corinthians pela Libertadores – comentou Carille.
– Fiquei ali no meio da torcida, bem calmo, observando o bandeirão passando pra lá e pra cá e a paixão da galera. É algo que nunca vou esquecer, o peso dessa torcida, essa fidelidade ao clube. E nós, dentro de campo, precisamos honrar muito bem essa torcida fanática – completou.
Sob o comando de Cristóvão Borges, o Vasco contava com a espinha dorsal do time que havia conquistado a Copa do Brasil um ano antes, com nomes como Fernando Prass, Fagner, Felipe, Diego Souza, Éder Luís, Alecsandro, e outros. Juninho Pernambucano, que chegou depois da conquista, também fazia parte do elenco.
Na fase de grupos, o clube avançou sem problemas em uma chave que ainda tinha Libertad, Nacional e Alianza Lima, com uma campanha de quatro vitórias, um empate, uma derrota e 13 pontos. O estádio São Januário estava repleto naquele 2 de maio de 2012, onde o Vasco buscava um bom resultado em casa para garantir tranquilidade na volta, em Buenos Aires.
Aos 25 minutos, o time começou a abrir o placar com um cruzamento de Éder Luís pela direita, que Alecsandro desviou de qualquer jeito, usando a coxa, para mandar a bola para as redes. Mas o grande momento da noite veio um pouco antes do intervalo.
Diego Souza, em uma fase espetacular na carreira e um dos principais ídolos do Vasco, recebeu na entrada da área, fez um chapéu em Braghieri e disparou de primeira, sem deixar a bola tocar no chão. Um golaço! A torcida explode em São Januário (confira no vídeo que abre a matéria).
Sequência de fotos do golaço de Diego Souza em Vasco x Lanús em 2012 — Foto: Marcelo Sadio / Vasco
Sequência de fotos do golaço de Diego Souza em Vasco x Lanús em 2012 — Foto: Marcelo Sadio / Vasco
Sequência de fotos do golaço de Diego Souza em Vasco x Lanús em 2012 — Foto: Marcelo Sadio / Vasco
O intervalo foi pura festa para a torcida vascaína, que celebrou entusiasticamente o resultado parcial, mesmo com Fábio Carille entre os milhares de apaixonados nas arquibancadas. O segundo tempo, porém, teve um sabor amargo, já que o Lanús conseguiu marcar, com gol de Regueiro, e a equipe de Cristóvão Borges até sofreu vaias ao fim da partida.
No jogo de volta, em terras argentinas, o Lanús saiu vencedor por 2 a 1, mas o Vasco seguiu firme, avançando nas penalidades. O Corinthians, por sua vez, despachou o Emelec por 3 a 0, o que garantiu um duelo brasileiro nas quartas, que ficou marcado pelo cabeceio fatal de Paulinho e pela inacreditável chance desperdiçada por Diego Souza diante de Cássio.
E assim, o Corinthians de Tite e Fábio Carille se consagrou campeão da Libertadores, batendo o Boca Juniors na final. Quase cinco anos depois, Carille se tornou oficialmente o técnico do Corinthians após a saída de Oswaldo de Oliveira, iniciando uma nova jornada em sua carreira.
Fonte: ge
Escreva seu comentário