Minha relação com o Vasco não é das melhores, sou conhecido por passar mal nos jogos. Desde pequeno, chorava vendo o time, inclusive desmaiei pela primeira vez vendo um jogo.
Recordo a primeira vez que passei mal no estádio, foi em 2015, com apenas 15 anos de idade, quando o Vasco jogou contra o Flamengo pela Copa do Brasil e o Rafael Silva marcou um gol.
Na quarta-feira (6/12), enquanto assistia ao jogo, me senti mal quando o Vasco tomou o gol e o Bahia fez um gol, o que significaria o rebaixamento.
EU E MEU AMIGO @Jairo_Neto_ APÓS QUASE INFARTAR NO SEGUNDO GOL DO VASCO pic.twitter.com/uDnuTAqPkX
— PF (@opfmorais) December 7, 2023
EU E MEU AMIGO @Jairo_Neto_ APÓS QUASE INFARTAR NO SEGUNDO GOL DO VASCO pic.twitter.com/uDnuTAqPkX
Comecei a sentir dor no peito, meu braço esquerdo formigava, minha cabeça girava.
Pedi ajuda ao meu amigo para sair de lá e, quando estávamos perto da enfermaria, vi um cruzamento, a rede balançando e a galera gritando, o Vasco fez um gol. Senti tontura, tremedeira, e desmaiei.
Antes de cair, fui amparado e levado rapidamente para a área médica.
Chorava, tremia, minhas pernas formigavam, meu braço esquerdo e direito e meu rosto estavam dormentes. Senti um frio intenso.
Mesmo assim, a única coisa que pensava era que o gol não poderia ser anulado. Estava desfalecendo por um gol que, se anulado, não teria adiantado.
– Não sei se é resultado dos últimos anos, mas vejo bastante atendimento médico nos jogos. Torcedor pode sofrer fortes emoções.
Na área médica, além de mim, havia um médico, dois enfermeiros e talvez um paramédico que me examinaram.
Tentaram abafar os gritos no estádio, sem sucesso, mas perdi os últimos 20 minutos de jogo.
Não infartei nem precisei de ambulância, mas no dia seguinte, descobri que tive uma forte crise de ansiedade que aumentou muito minha pressão, podendo levar a um infarto. Por sorte, tudo acabou bem.
Cerca de 20 minutos após o jogo, fui liberado. Saí com meu amigo e voltei para casa, tranquilo. Foi só um susto.
– Se tivesse ficado lá em cima, poderia ter ficado mais nervoso e a situação piorado.
Torcedores correm mais risco de infarto?
Jairo Neto, o torcedor em questão, sabe que para quem vê de fora, esse tipo de situação pode parecer maluquice, porém, o esporte mexe com muitas emoções e pode afetar diretamente o nosso corpo.
Em momentos críticos, hormônios como cortisol e adrenalina são liberados, acelerando os batimentos cardíacos, deixando a pessoa trêmula, suando e com pressão alta, como foi o caso de Jairo.
– Meu médico já estava acompanhando minha pressão por conta desse histórico nos jogos, que pelo contrário, é de pressão baixa.
– Em um jogo anterior, minha pressão chegou a 15 por 11 e em outro, cheguei a levar um remédio prescrito para pressão.
Esse nível de estresse pode ser pior para quem sofre com ansiedade, como eu, que tratado e controlado, ainda assim, me afeta profundamente.
Embora não tenha infartado, corri um grande risco, já que em situações extremas, o torcedor pode sofrer arritmias, insuficiência cardíaca, infarto ou AVC.
Além disso, a alta emoção faz com que o coração bombeie o sangue mais rapidamente, acelerando o ritmo cardíaco.
– Já estou pensando até em me internar caso o Vasco jogue uma partida importante, para só acordar após o jogo.
Fonte: Uol