— O que mais me deixou satisfeito foi a atitude do time, algo que cobrei durante o intervalo do jogo contra o Ceará. Todos nos sentimos frustrados com o que aconteceu naquele jogo, mas hoje tivemos uma postura positiva. Sei que o Léo (Jardim) foi eleito o melhor em campo, mas também criamos oportunidades. Com um pouco mais de precisão, poderíamos ter marcado. A resposta do grupo foi muito boa após a cobrança que fizemos – disse o técnico.
— Apesar das dificuldades, estamos no Vasco. Então, o empate teve um gosto amargo. Queríamos a vitória. Precisamos melhorar na hora da finalização e ter mais cuidado na hora de concluir para conseguir marcar – acrescentou.
Carille aprovou o comportamento da equipe vascaína contra o Flamengo — Foto: André Durão
Léo Jardim fez quatro defesas importantes durante a partida, negando finalizações de Michael, Gerson, Pedro e Cebolinha. O time de Carille apresentou um melhor desempenho no primeiro tempo, buscando o gol e quase abrindo o placar com chutes de Paulo Henrique, que acertou a trave, e Nuno Moreira, que foi parado por uma ótima defesa de Rossi.
Outro assunto abordado foi a situação do comando do Corinthians. Quando perguntado sobre um possível retorno ao clube onde começou sua carreira como treinador e conquistou um Campeonato Brasileiro, Carille reafirmou seu foco no trabalho com o Vasco.
— Ao chegar aqui, vi uma publicação sobre isso no Instagram. Não existe nada concreto. São apenas rumores da imprensa, e todos sabemos como funciona. O nome do meu aparece aos poucos. Entendo que é parte do trabalho de vocês. Porém, estou concentrado 100% aqui. Não recebi contato de ninguém, nem mesmo de meus empresários, que seriam os primeiros a me comunicar. Por enquanto, tudo isso é apenas especulação – esclareceu.
A questão de reforços também foi levantada. Carille reiterou que a diretoria deixou claro, em dezembro, que não haveria contratações extravagantes. O técnico afirmou que não pedirá novos jogadores e que está satisfeito com o elenco. Contudo, acredita que o time pode melhorar seu desempenho.
— Alguns jogadores chegaram e tiveram um bom retorno, outros nem tanto, o que é normal para quem vem de fora. Acredito que podemos ir longe, mas não sei até onde. Meu desejo é que a equipe seja mais equilibrada. Prefiro um time que tenha regularidade, por exemplo, que sempre jogue nota 6, a ter uma partida de nota 8 e outra nota 3. Essa consistência será nossa meta – comentou.
O próximo desafio é um confronto decisivo pelo topo do Grupo G da Sul-Americana contra o Lanús, da Argentina, nesta terça-feira, em São Januário.
Léo Jardim defende cabeçada de Pedro, em Vasco x Flamengo, pelo Brasileirão — Foto: André Durão/ge
Veja outras respostas do treinador:
Léo Jardim
– O Léo foi convocado no ano passado, se não me engano, e é uma posição que o Brasil está bem servido. Ele mereceu a convocação, está aqui há três anos e sempre demonstrando regularidade. O clube e a torcida estão muito contentes com seu trabalho.
Escolha por Zuccarello. Nuno preocupa?
– O Nuno não saiu machucado, mas cansado. Ele ainda está se ajustando à sequência de jogos e ao que é viver aqui. Conversando com ele, tudo é novidade, incluindo altitude e jogos consecutivos. Até o final do mês, teremos 10 jogos. Ele está bem, acredito que não há problemas médicos, só precisamos cuidar da parte física.
– Quanto ao Zuccarello, já declarei que quero abrir espaço para os jovens, e sempre que dei oportunidades a ele, ele respondeu bem. Ele jogou bem em um clássico contra o Flamengo.
– O Loide, em comparação com Garré e Nuno, está demorando mais para se adaptar, mas isso é normal. Nosso papel é orientá-lo, e ele entenderá o que significa ser do Vasco em breve.
São Januário x Maracanã – o time teria mais chances de vencer em São Januário?
– Já mencionei isso antes; eu prefiro jogar todos os jogos em São Januário. É nossa casa, e como atleta e técnico, já enfrentei dificuldades lá. Sabemos que a polícia não libera para este tipo de jogo, então não temos escolha. Na terça, teremos um jogo importante e espero contar com o apoio da torcida, pois sabemos como isso nos fortalece.
Queda do desempenho no ataque
– Para analisar, gosto de observar, mas tivemos três oportunidades no segundo tempo. Uma com PH, e se ele completasse bem, teríamos preenchido a área. Não me lembro exatamente de outra, mas lembro de pelo menos duas.
Prioridades nos próximos jogos
– Não há prioridades, iremos com o que temos de melhor para o jogo de terça-feira. Esse jogo contra o Lanús preocupa, mas depois teremos uma sequência complicada de terça a domingo e domingo a quinta-feira. Copiando um sentimento positivo, teremos um dia a mais de descanso entre as partidas.
Reforços
– Quando assinei com o Vasco em dezembro, ficou bem claro que não haveria contratações desenfreadas. Sabemos o quanto o futebol é caro. Temos que apoiar a diretoria para manter o clube em ordem. Pagamentos em dia e melhores condições, mas sem excessos. Com minha ética, não posso ficar pedindo. Preciso trabalhar com este grupo e mostrar confiança. Estou satisfeito com as condições que foram estabelecidas. Tivemos uma conversa franca e é com este grupo que vamos em frente. Jogadores chegaram, alguns tiveram um retorno bom, outros mais fraco, mas é parte do processo para quem chega ao país. Acredito que podemos ir longe, mas precisamos de equilíbrio. Prefiro ter uma boa performance constante a oscilar entre altos e baixos.
Paulinho pela lateral
– Já usei Paulinho nessa posição e, para ser sincero, não gostei muito. Talvez precise de mais treinos para se adaptar. Paulinho é forte na defesa, mas faltou criatividade. Para o momento, não pretendo utilizá-lo na lateral novamente.
Evolução
– Acredito que foi uma melhora na concentração para lutar e não desistir. Esse aspecto é fundamental. Se jogamos mal, precisamos ser mais críticos sobre isso. No jogo contra o Puerto Cabello, jogamos um bom futebol, e precisamos aprender com eventuais críticas. Em relação ao jogo contra o Sport, tivemos um começo bom e terminamos com desempenho sólido. Não podemos mostrar apenas resiliência contra o Flamengo; isso precisa ser constante.
Mais sobre o jogo
– No final, nós deixamos de jogar. Tínhamos a opção de passe, mas preferimos isolar a bola e nos fechar. A decisão não deveria ter sido nos desfazendo da bola, pois ensaiamos para ter controle. Vamos analisar o que ocorreu. Após substituições, não conseguimos manter a posse de bola.
Sobre especulações do Corinthians
– Vindo para cá, vi algo nas redes sociais sobre isso. Não existe base sólida, apenas boatos. Nossa dinâmica é assim. Já passaram Dorival e Tite e agora especulam sobre mim. Entendo que isso faz parte do trabalho de vocês, mas meu foco é 100% aqui no Vasco. Não houve contato de ninguém, especialmente dos meus empresários, que deveriam ser os primeiros a me informar. No momento, são apenas rumores.
Postura fora de casa: como deve mudar?
– No jogo contra o Corinthians, enfrentamos dificuldades que exigiram mudanças. No jogo contra o Santos, buscamos resultado, e com a altitude, o desgaste era evidente. A Sul-Americana é curta, por isso tomei esta decisão.
– Estou preocupado, sim, com nossa postura fora de casa. É um trabalho meu conscientizar a equipe de que não podemos aceitar menos. Mesmo com a pressão da torcida, precisamos demonstrar merecimento em campo.
Confiança em Paulinho
– Ele tem treinado bem. Passou um período fora por um incômodo. Ele vai se desenvolver junto com o grupo. Fiz substituições envolvendo Paulinho por precauções devido a cartões. É um atleta que gosto pelas suas características.
João Victor
– Fui eu quem lançou João Victor no Corinthians em 2019, conheço suas capacidades. Ele teve altos e baixos esse ano e temos trabalhado para que ele minimize erros e faça as decisões certas, sendo mais direto. Um bom zagueiro é aquele que não sofre gols, e muitas vezes buscou jogar limpo sem necessidade. Às vezes, é melhor aliviar a pressão.
Desempenho defensivo
– Temos treinado, mas há decisões que estão fora de nosso controle, como a escolha e a aliviada de bola para áreas seguras. Houve momentos em que tentamos driblar, e o Flamengo dominou nosso espaço. É complicado marcar um time com as qualidades do Flamengo. No entanto, saímos sem gols, o que indica que podemos aprimorar nossa defesa.
Escolha de Rayan
– Garré é um meia que atua pelas pontas, mas não busca profundidade. Sabíamos que o Flamengo utiliza uma linha alta, então optei por Rayan para ter uma opção de ataque. Ele se destacou enquanto aguentou, mas o cansaço pesou. Garré se adapta melhor a espaços menores, como no confronto contra o Sport.
Jair
– O Paulinho traz intensidade, mas o Jair oferece mais controle. Precisávamos ter a posse de bola sob controle e Jair teve uma excelente atuação. Ele oscilou entre bons e maus momentos no ano, mas escolhi por ele ser mais posicional, enquanto Paulinho é mais intenso.
Postura do Vasco
– Este é o desafio: mostrar que podemos avançar. Não podemos nos prender ao jogo contra o Ceará, pois tivemos desempenhos positivos antes. Contra o Melgar, a vitória por 1 a 0 poderia ter sido mais robusta, assim como o jogo contra o Sport, onde embora tenhamos começado mal, acabamos jogando bem. Precisamos manter esse foco e ter uma boa atuação na terça-feira, enfrentando um time argentino na Sul-Americana.
Favoritismo do Flamengo?
– Reconhecemos o valor do Flamengo e o que conquistou nos últimos anos, mas todos aqui no Vasco acreditam na vitória e queríamos mais. Tivemos oportunidades que poderiam ter nos levado a um resultado melhor, como a bola na trave de PH e a defesa de Nuno. Sei onde estamos e o processo que vivemos, mas devemos sempre acreditar que podemos fazer mais.
Condição física do Adson
– O Adson jogou 45 minutos contra o Ceará e acabou sentindo novamente. É um processo… Se estiver recuperado, talvez possa participar da próxima partida.
Atuação na segunda etapa
– Do lado direito, tivemos dificuldades: Rayan subia e Arrascaeta também deixava o espaço para Michael, dificultando as saídas de Jair. No segundo tempo, movi Rayan para a linha dos volantes para controlar Arrascaeta, e notamos melhora significativa.
Compactação da equipe
– Vou analisar a partida com mais calma, mas creio que demoramos em voltar a compactar a equipe. Nos pressionamos, mas passamos a facilitar a criação de oportunidades adversárias. Precisamos ser mais rápidos em voltar a fechar os espaços, principalmente ao jogar com jogadores velozes como Freitas e João. A dinâmica do Flamengo exige essa atenção, e espero melhorar essa compactação na equipe.
Fonte: ge