Isso significa que, de maneira geral, a empresa criada para evitar que a dívida de R$ 770 milhões comprometesse as atividades futebolísticas do clube, agora participante das competições oficiais, enfrenta uma situação sem perspectivas de receitas e sem gestão – navegando em águas turbulentas. Além disso, está cercada por credores que podem dificultar a jornada na competitiva Série A do Brasileirão.
Seguindo os protocolos, Pedro Paulo, presidente do Vasco, e Paulo Salomão, seu vice, que compõem dois dos três membros do Conselho de Administração do Vasco – SAF, precisam contratar os profissionais que irão representar a empresa. Por enquanto, essa responsabilidade recai sobre o próprio presidente, sem deixar de lado a potencial insatisfação dos membros do Conselho Fiscal da SAF: Carlos Antônio Rodrigues, presidente, Wander Faria, ambos ligados à 777, e Marcos Schroeder, indicado pelo clube.
De acordo com a legislação das Sociedades Anônimas, os membros do Conselho Fiscal são considerados “responsáveis solidários” por eventuais prejuízos causados a terceiros, juntamente com os gestores da empresa. Nos bastidores, há rumores de que as finanças estariam equilibradas até setembro, deixando apenas três meses do ano sem cobertura. No entanto, informações apontam que não há recursos suficientes em caixa para pagar os salários no próximo dia 5 de julho.
E as complicações não param por aí: no plano de recuperação financeira proposto pela 777 Partners e executado pela B Riley Advisory, empresa encarregada de reestruturar os negócios do grupo americano, está em jogo a possibilidade de denunciar o Vasco à FIFA. Alega-se que a empresa investiu cerca de U$ 60 milhões (aproximadamente R$ 300 milhões) e foi afastada por quebra de contrato em decisão judicial.
Apesar das circunstâncias, a saída de Lúcio Barbosa, nesse momento, não é motivo de comemoração. Por mais desfavoráveis que fossem os resultados em campo, havia uma estrutura de gestão e conhecimento técnico. Agora, não há mais nada: nem dinheiro, nem profissionais de gestão, nem planejamento técnico.
O Vasco está colocando em risco o seu futuro.
Fonte: Blog Gilmar Ferreira – Extra