– Somos pai e filho, mas temos relação de melhores amigos. Sabemos que podemos qualquer coisa. Ele dá a vida por mim, e eu dou a vida por ele – disse Emiliano, aos 10 minutos do vídeo supra.
Em sete meses no Brasil, está claro que Ramón e Emiliano dividem a função de treinador do Vasco. O reconhecimento, desta vez, veio das arquibancadas. Posteriormente a classificação nos pênaltis, a torcida vascaína cantou o nome dos dois, alguma coisa que emocionou o facilitar técnico, que nunca tinha visto isso na carreira.
– A decisão de vir ao Vasco foi toda dele. E estamos desfrutando. A verdade é que hoje vivi alguma coisa incrível. A torcida cantou o nome de nós dois. Isso nunca aconteceu. Quero agradecer aos torcedores. Foi uma sensação gratificante. Acho que ele (Ramón) ficou mais emocionado que eu, porque eu sou um companheiro de trabalho, mas também sou o filho dele.
No dia a dia dos treinamentos do Vasco, o filho é quem atua mais diretamente com os jogadores, nas movimentações da equipe, diretamente de dentro do gramado. Da risca lateral, Ramón tem um papel mais observador, sempre pontuando situações do treino. Não são novidades os relatos de membros da percentagem técnica de que os dois fazem uma dupla perfeita, como o relato inferior de Diego Pereira, braço direito dos dois.
– Tenho o privilégio de trabalhar com o Ramón há 12 anos. Nos entendemos muito. Brigamos muito, porque trabalhamos juntos 24 horas por dia. Ele me ensinou que a única coisa que serve é lucrar. Logo, a culpa é dele de eu discutir com ele. Porque quero lucrar. Fazer qualquer coisa para lucrar, até discutir com ele. Nos entendemos em tudo que acontece no dia a dia – disse o próprio Emiliano.
A alternância entre os dois nas coletivas de prensa chama a atenção em 2024. Ao contrário do ano pretérito, quando Ramón Díaz prometeu e cumpriu que o Vasco “no ia a bajar”, quem assumiu o protagonismo em frente às câmeras neste ano foi Emiliano, que já apareceu cobrando arbitragem e fazendo campanha para a diretoria por reforços no elenco.
A presença de Emiliano nas coletivas do Vasco se dá por uma série de fatores. Em clubes anteriores, os dois já se revezavam para falar com a prensa. O filho entende a língua portuguesa melhor que o pai, que por vezes recorre a um tradutor nas entrevistas.
A decisão de quem vai para as coletivas, no entanto, não é planejada ou agendada. Os dois batem uma globo rápida em seguida o término da partida e decidem quem irá dar a coletiva de prensa. No entanto, há um componente em próprio em 2024: uma superstição.
O Vasco só perdeu um jogo até agora em 2024 – para o Novidade Iguaçu, quando atuou com um time suplente pelo Carioca em Uberlândia. Além de todos os fatores supra, Emiliano tem encarado as coletivas para “manter o que está dando certo”. Tanto o pai, quanto o filho, são muito supersticiosos.
O já consagrado Ramón Díaz tem uma veia poderoso na parte tática, é claro, mas também na motivacional. O ge já ouviu de todas as áreas do clube que a atual percentagem técnica mudou o envolvente e a mentalidade de dentro do Vasco. Emiliano também faz parte disso.

Estudioso, Emiliano sonha em se tornar técnico e tem como maior inspiração Ramón Díaz. Com 41 anos, o facilitar parece ser a versão mais jovem do pai. Até por isso, acontecem “umas brigas” de vez em quando. Graças a toda essa gana que foi passada de pai para filho, a motivação dos dois só cresce em retomar os anos de títulos do Vasco e em redigir o nome da dupla na história do clube, com o qual já se identificam tanto.
– Logo, chegamos à desfecho que queremos lucrar e seguir conquistando títulos. A mentalidade é ir até o final. Ele me ensinou isso desde garoto. Agora, isso não favorece ele, porque brigamos muito. Porque eu quero lucrar. Sou muito feliz de trabalhar com um dos melhores treinadores da América do Sul. Sou muito feliz de trabalhar com o número 1 – disse Emiliano, em relato emocionado na última entrevista coletiva do Vasco.
Fonte: ge