A irmã Elaine esteve recentemente no CT do Vasco e assistiu ao jogo contra o Sport em São Januário. Já a irmã Ana se tornou uma figura conhecida desde 2023, quando começou a frequentar as arquibancadas do Maracanã durante os jogos do Flamengo.
Entretanto, por conta de suas obrigações religiosas, as irmãs têm poucas oportunidades de ir aos estádios. Por isso, os aplicativos de resultados em seus celulares se tornaram seus melhores aliados. A capinha do celular da irmã Ana, aliás, revela sua paixão pelo Flamengo.
As histórias de como elas se apaixonaram pelo futebol são semelhantes e foram influenciadas por suas famílias. A vascaína Elaine se aproximou ao explorar a rica história do Vasco, enquanto Ana desenvolveu sua paixão a partir de 2019, quando se tornou fã de Gabigol e do time. Ir a jogos proporciona boas experiências e acolhimento nas arquibancadas.
— É encantador ver pessoas de todas as idades que vêm até mim para beijar minha mão e pedir a bênção, até mesmo torcedores de outras equipes. É ótimo que agora tenha a irmã Elaine, pois muitos vascaínos também pedem orações para suas vitórias — brinca a irmã Ana. — Durante os jogos, os torcedores até têm cuidado em evitar palavrões perto de mim. Se algum escapa, eu faço um gesto para que parem.
‘Torça com alegria, não com raiva’
As irmãs lidam bem com as decepções que o futebol pode trazer. Elaine menciona que nas derrotas, a fé ajuda a transformar a tristeza em esperança e motivação. O que realmente a incomoda são os episódios de violência e preconceito no esporte, como o racismo enfrentado pelo atacante Luighi, do Palmeiras, em uma partida da Libertadores sub-20.
— Fiquei extremamente triste, isso não deveria acontecer — lamenta a irmã Ana.
— Como religiosas, acreditamos em semear respeito e promover a paz. O futebol deveria ser uma celebração da dignidade humana — acrescenta a vascaína, que recomenda: — Torça com alegria, não com raiva. E se for para provocar, que seja com leveza e humor, nunca com ódio.
É assim que as freiras se divertem nas conversas entre si.
— Eu provocação de uma forma bem santa — confessa a irmã Ana, que está certa de que outras irmãs compartilham essa paixão pelos times, mas torcem “de maneira discreta”.
— Fazemos algumas brincadeiras antes dos clássicos, mas com muito carinho. O mais importante é mantermos o espírito fraterno. No fundo, todos estão no mesmo time: o da vida e do bem — diz a irmã Elaine.
Embora ainda não tenham se encontrado, esse encontro será adiado mais uma vez devido a compromissos religiosos e viagens, fazendo com que nenhuma delas possa ver o clássico desta noite. Contudo, após conferirem o resultado em seus celulares, terão bastante tempo para prolongar a saudável rivalidade.
Irmãs Elaine e Ana são torcedoras ilustres de Vasco e Flamengo, que se enfrentam hoje — Foto: Matheus Lima/Vasco e Alexandre Cassiano
Irmã Elaine posa com as camisas do Vasco — Foto: Matheus Lima/Vasco
Irmã Ana com a bandeira do Flamengo — Foto: Alexandre Cassiano
Fonte: Extra