O responsável pela CBF, Ednaldo Rodrigues, declarou que não pretende de forma alguma interromper o Brasileirão devido ao pedido do líder da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Manipulação de Apostas em Competições Esportivas, Jorge Kajuru.
“A CBF não cogita a hipótese de parar o campeonato, que é íntegro. Não há motivos para interromper uma competição que é transparente e limpa. Caso haja alguma tentativa nesse sentido, a CBF se empenhará para que a competição prossiga”, explicou Ednaldo, que também enfatizou não enxergar consistência nas alegações de supostas manipulações ouvidas até o momento.
Ednaldo considerou as consequências para o futebol nacional caso o Brasileirão seja suspenso devido às acusações de manipulação de resultados feitas por Textor, que se baseou em um relatório da empresa “Good Game!” usando Inteligência Artificial e especialistas analisando o comportamento dos atletas em campo.
“A CBF respeita todas as posições das associações e da CPI. Paralisar o campeonato não afetaria apenas um time ou um jogador. Afetaria todos os patrocínios, as quatro divisões do Brasileiro e a Copa do Brasil. Paralisaria o país, o emprego, as logísticas de viagem. Baseado em relatos e situações carentes de fundamentação. Acredito que todas as partes devem ser ouvidas. Se estão afirmando isso, e esse indivíduo (John Textor) está dizendo isso, cabe à CPI chamar todos os clubes para serem ouvidos”, afirmou o dirigente.
O dirigente da CBF não quis se pronunciar mais detalhadamente sobre Textor, mencionando que a questão entre eles já está sob responsabilidade da Justiça. Desde o ano passado, a CBF está processando o empresário norte-americano, que alegou corrupção na confederação após uma derrota contra o Palmeiras. Cada nova declaração de Textor é anexada ao processo inicial.
Situação atual da CPI
A CPI sobre Manipulação de Apostas ouviu, na última segunda-feira (22), o testemunho do proprietário do Botafogo, John Textor. Durante o depoimento, ele reiterou acusações de irregularidades em partidas da Série A, porém não apresentou provas. Em uma sessão reservada, afirmou ter exibido evidências.
Na terça-feira (23), a Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol) solicitou a suspensão do Brasileirão, enquanto Kajuru defendeu a medida na CPI do Senado.
Ednaldo destacou que não há nenhum árbitro do corpo nacional da CBF filiado à Anaf. Portanto, uma possível greve liderada pela entidade não teria impacto na competição.
Fonte: UOL