Em entrevistas recentes ao ge, Diego Souza expressou sua ligação com o Vasco em várias ocasiões. Ao anunciar sua aposentadoria, o ex-meia revelou que torce pelo time desde a infância e que hoje seu filho também é vascaíno.
— Qual a dúvida que você tem? Eu já disse que Vasco x Flamengo é o clássico em que mais venci com a camisa do Vasco, que vou sentir falta, e fiz muitos gols. Sem dúvida, eu sempre fui torcedor do Vasco — comentou Diego Souza, em fevereiro, ao ge.
Alecsandro, Diego Souza, Vasco — Foto: Flávio Neves
— Durante meu tempo no Vasco, tive muitas vitórias e fui muito feliz. Espero que essa nova geração consiga viver tudo que vivemos. Esse título seria muito importante para os novos vascaínos. Meu filho é vascaíno, então sabemos que o amor nunca vai acabar — declarou, no mês passado.
O carinho de Diego Souza pelo Vasco não é novidade para ninguém, e a torcida retribui esse amor. Por muito tempo, esperou o retorno do jogador, mas durante uma gravação para o Esporte Espetacular, o atleta revelou que o reencontro com São Januário não ocorreu devido a uma pessoa do Vasco que “estava curtindo o feriado em uma lancha”.
Diego Souza anuncia aposentadoria — Foto: André Durão / ge
Isso aconteceu em 2018, no primeiro semestre. Diego Souza, que havia perdido espaço no São Paulo, foi afastado pelo técnico Diego Aguirre e liberado para encontrar outro clube. Precisando de um substituto para Nenê, o Vasco tentou trazer o meia de volta para vestir a camisa 10.
— Surgiu a chance de voltar para o Vasco. Estava quase tudo certo, eu teria que me apresentar na segunda-feira em São Januário, mas pedi para resolver uma semana antes para trazer minhas coisas para o Rio. Uma pessoa (do Vasco) disse na época: “não, vamos assinar depois, porque estou numa lancha, durante a Semana Santa, colocando gasolina, vamos resolver na segunda-feira mesmo”. Eu não entendi… mas na segunda-feira, estava jogando futevôlei em São Paulo, e o Raí me chamou para conversar.
— O Aguirre perguntou se eu tinha vontade de jogar no São Paulo, e eu não entendi porque ele estava me perguntando isso. Eu fui para o São Paulo com o sonho de jogar uma Copa do Mundo, mas não entendia porque eu tinha virado a salvação do time pra ele naquele momento. Ele me disse que todos os jogadores pediam minha volta. Aí, tudo começou a mudar, e ele se tornou como um pai para mim.
Nesta semana, o ge investigou mais a fundo a história. Fontes ligadas ao Vasco na época confirmaram que a “pessoa na lancha” era Fred Lopes, ex-vice-presidente de futebol do clube sob a gestão de Campello.
Contatado pela reportagem do ge, Fred Lopes confirmou a negociação com Diego Souza, mas destacou que precisava de tempo para convencer o técnico Zé Ricardo. O treinador buscava um camisa 10 mais ágil, vendo que Diego Souza atuava mais como atacante.
— Eu era quem cuidava da negociação e realmente estava na lancha naquele dia, mas trabalhar da lancha ou do escritório é a mesma coisa, com um telefone eu resolvia. Porém, precisaria de tempo para persuadir o Zé Ricardo, que queria um camisa 10 mais móvel do que Diego Souza, que já estava jogando avançado no São Paulo.
— Eu precisava conversar com o Zé Ricardo, entrei em contato e disse que precisávamos do Diego de qualquer forma, seja como 9 ou 10. Quando ele (Zé Ricardo) também decidiu pela contratação, Diego já tinha se convencido a ficar no São Paulo. Ninguém queria mais o Diego do que eu — afirmou Fred Lopes ao ge.
Essa foi a primeira e a mais provável oportunidade de retorno de Diego Souza ao Vasco após sua saída em 2012. Depois, em 2021, o meia foi novamente cogitado pela diretoria, mas ao renovar contrato com o Grêmio, ele se afastou mais uma vez de São Januário e encerrou sua carreira sem reencontrar o clube carioca.
Fonte: ge