O adeus ao jornalista, compositor e ilustre figura carioca Sérgio Cabral está marcado para esta segunda-feira, na sede náutica do Vasco, localizada na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O velório acontecerá das 8h às 12h, conforme informado pela família. Pai do ex-governador Sérgio Cabral, ele estava internado na Clínica São Vicente e faleceu aos 87 anos.
Nas redes sociais, o filho de Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, confirmou o falecimento do pai e expressou pesar pela perda. “Meu pai acabou de nos deixar no hospital, lutou por três meses e peço que orem por ele, por sua alma. Tudo o que ele fez no Rio de Janeiro, no Brasil, na música, no futebol, o que construiu com sua admirável família, nos ensinou a torcer pelo Vasco, a amar a música, a rejeitar o preconceito e a amar o Rio. Então, compartilho com vocês essa dor da perda do meu pai”, disse.
“Eu queria comunicar a vocês essa triste notícia, compartilhar, dividir com todos que me acompanham e pedir que orem por ele. Grande Sérgio Cabral, uma personalidade da qual o Rio tem muito a agradecer. Um indivíduo multifacetado. Eu te amo, pai. Você estará eternamente em meu coração”, concluiu.

Nascido em Cascadura, apaixonado pelo Vasco e entusiasta do samba, criou, dentre outras obras, o musical “Sassaricando – E o Rio inventou a marchinha”, em parceria com a historiadora Rosa Maria Araújo. No ramo jornalístico, foi um dos fundadores de “O Pasquim” e chegou a ser detido durante a ditadura por sua atuação no jornal.
Como escritor, lançou as biografias de Tom Jobim, Pixinguinha, Nara Leão, Grande Otelo, Ataulfo Alves e Elizeth Cardoso.
Também teve engajamento político na capital fluminense. Foi vereador do Rio por três mandatos, de 1983 a 1993. Posteriormente, tornou-se conselheiro do Tribunal de Contas do Município, se aposentando em 2007.
Orfão de pai desde os quatro anos, iniciou sua trajetória em 1957 como repórter policial do Diário da Noite, periódico vespertino dos Diários Associados. Em 1969, já como editor político do Última Hora, se juntou a Jaguar e Tarso de Castro na criação de O Pasquim. Durante o período da Ditadura, foi temporariamente detido por seu ativismo neste jornal.
Atuou como produtor musical de 1973 a 1981. Como compositor, foi parceiro de Rildo Hora, escrevendo letras como “Janelas Azuis”, “Visgo de Jaca”, “Velha-Guarda da Portela” e “Os Meninos da Mangueira”, entre outras.
Carioca legítimo, manteve forte ligação com as escolas de samba a partir do início dos anos 60, quando passou a cobrir os desfiles no centro da cidade para os veículos de comunicação em que trabalhava. Na TV Globo, integrou o corpo de jurados especializados em notas para as apresentações das agremiações carnavalescas desde os anos 70.
Reconhecido pela sua exigência e conhecimento, foi considerado o jurado mais rigoroso, reservando a nota máxima apenas para apresentações memoráveis. Julgou inicialmente mestre-sala e porta-bandeira e comissão de frente, posteriormente passando para samba-enredo. Também atuou como comentarista de carnaval na TVE em 1980 e na TV Manchete em 1984, 1987, 1989 e 1990.
Fonte: O Globo