O time do Vasco esteve em sérias situações de sofrer uma goleada pelo Nova Iguaçu no último domingo, na primeira partida da semifinal do Campeonato Carioca. Devido à grande atuação de Léo Jardim e à falta de sorte do adversário, que acertou três vezes na trave, a equipe não foi vazada. Ainda assim, o time segue na disputa por um lugar na final, ciente da necessidade de mudanças em sua postura.
A equipe comandada por Ramón Díaz foi displicente. Além das opções táticas do técnico, que serão analisadas mais adiante, os jogadores entraram em campo desatentos, cometeram erros simples e, em alguns momentos, protagonizaram um desempenho aquém no Maracanã – o time bem estruturado do Nova Iguaçu, que chegou à semifinal com méritos, soube aproveitar esses momentos.
Quatro dias após sofrer uma virada diante do Água Santa em São Januário e avançar na Copa do Brasil nos acréscimos, o Vasco novamente teve dificuldades contra um time de menor expressão. A atuação no último domingo foi ainda mais preocupante.
Na quinta-feira passada, a equipe cruz-maltina teve pelo menos 25 minutos de total domínio, momento em que impôs seu jogo e abriu 2 a 0 no placar com relativa tranquilidade. A sensação foi de que houve uma desconexão, de que o time poderia ter administrado a vantagem.
Desta vez, o Vasco não conseguiu impor seu ritmo em momento algum do jogo. Houve uma pequena evolução no segundo tempo, quando Payet tomou a responsabilidade e Lucas Piton empatou de cabeça, porém o Nova Iguaçu se manteve confortável na partida. As investidas perigosas da equipe da Baixada geralmente resultavam em chutes a gol. Foram 17 finalizações durante todo o jogo, contra apenas 8 do Vasco.
Zé Gabriel foi o destaque negativo entre os jogadores vascaínos, sendo vaiado ainda na primeira etapa e substituído no intervalo. Medel demonstrou insegurança em algumas jogadas, Léo e João Victor não se entenderam no lance do gol do Nova Iguaçu, Galdames também foi sacado por não conseguir dar ritmo ao meio de campo, Vegetti falhou ao tentar manter a posse de bola no ataque…
As exceções no primeiro tempo foram Clayton, que teve uma estreia participativa e finalizou quatro vezes ao gol, e Lucas Piton, o melhor jogador de linha do Vasco na partida – além, é claro, de Léo Jardim. O Vasco foi para o intervalo com maior posse de bola, porém com cinco finalizações a menos que o Nova Iguaçu, que já havia acertado a trave em duas oportunidades.
Gol anunciado e empate salvador
Ainda na primeira etapa, após diversos momentos em que o meio-campo formado por Zé Gabriel e Galdames deixou a desejar, Emiliano Díaz mostrou-se inconformado e ordenou que Sforza e Mateus Cocão se preparassem para entrar. A dupla entrou no segundo tempo nos lugares dos dois volantes – a única outra mudança foi a entrada de Puma Rodríguez no lugar de Paulo Henrique, que sentiu um desconforto.
A equipe melhorou, passou a pressionar mais o Nova Iguaçu, mas não o suficiente para dominar a partida. Tanto que, logo aos sete minutos, o time da Baixada abriu o placar com Xandinho em uma jogada na qual Carlinhos apareceu livre na frente de Léo Jardim para finalizar, e a defesa não conseguiu afastar a bola após ela tocar na trave.
Nesse momento, Adson e David foram acionados, e o Vasco viveu seu melhor momento no jogo. Payet se destacou e passou a criar as principais jogadas. O francês carimbou a trave duas vezes – em uma delas, o goleiro Fabrício Santana fez uma defesa incrível à queima-roupa.
Após uma cobrança de falta de Payet, Sforza desviou de cabeça e Lucas Piton mandou para o fundo das redes. O final da partida ainda reservou emoções, com oportunidades perdidas por ambos os times. Ao término do jogo, Ramón Díaz destacou em entrevista coletiva:
“Estou contente que ainda faltam 90 minutos para jogar e teremos tempo para nos recuperar. Vocês verão a diferença na recuperação, na pressão e no ataque. O domingo será diferente.”
Fonte: ge