No primeiro semestre, o Vasco fez um trabalho especial nos campos do CT Moacyr Barbosa e de São Januário, preparando-os para receber a grama de inverno. Devido ao clima no Rio de Janeiro, a grama tem menos durabilidade, mas proporciona melhores condições para os jogadores.
Fernando Leite, gerente administrativo de sedes do Vasco, explicou o processo ao ge. Com experiência em diferentes regiões do país, ele sabe lidar com climas e processos distintos.
– Jogamos e treinamos em gramados de mesma qualidade. Apesar de estarmos em uma região muito quente, fizemos o plantio da grama de inverno. Em dias de calor intenso, ela não oferece o desempenho esperado. Porém, foi um trabalho muito bem feito. Maristela Kuhn é nossa consultora, especialista nos campos da Copa América e competições sul-americanas. Ela nos visita mensalmente, passa um relatório com todas as recomendações e o trabalho é realizado pela Greenleaf – disse Fernando, que acrescentou:
– Todos os times que jogam contra nós ficam surpresos com a qualidade do gramado. Até Pedrinho e Felipe comentaram que se tivéssemos esses campos durante suas carreiras, eles teriam jogado por mais alguns anos.
Para o plantio, é necessário que o gramado fique sem uso por 21 dias. Em São Januário, o processo foi dividido em duas etapas de 12 dias, devido ao calendário de jogos. Já no CT, o Vasco conseguiu interromper as atividades em cada um dos campos por 25 dias. Com cuidados diários, o clube espera que a grama dure até a segunda quinzena de setembro. Depois desse período, ela se decompõe e a grama natural volta a prevalecer.
– Preparamos o solo existente para receber a grama de inverno. Elas crescem juntas. Conseguimos isso devido aos sistemas de irrigação tanto no CT quanto em São Januário. Quando se unem, fica excepcional, o gramado parece uma mesa de bilhar. Atualmente, a altura do gramado é de 2,2 centímetros, mesma altura dos treinamentos no CT. Os jogadores me dão esse feedback diariamente. Nossas ações são feitas conforme suas solicitações – explicou Fernando.
– É necessário que o clube invista nisso, pois não é barato. Precisamos de profissionais que entendam o processo e cuidem regularmente para cumprir os prazos estabelecidos. Temos isso aqui. A máquina passa antes e depois dos treinos todos os dias. Temos uma programação semanal com tudo o que será feito nos campos. Conseguimos bons resultados com a colaboração da comissão técnica, e isso é muito importante – acrescentou.
Visualmente, pode parecer que há “buracos” no gramado devido a manchas. No entanto, as cores diferentes não prejudicam o campo. A grama de São Januário é antiga e sofre alterações ao longo dos anos.
– Agora, nosso objetivo é manter a grama de inverno o máximo possível antes de trabalhar com o que temos. O tipo de produto utilizado nessa grama é diferente do anterior. Portanto, após setembro, começaremos a cuidar de outro tipo de grama. Após o fim do campeonato, retiraremos toda a grama e começaremos do zero – afirmou o gerente.
Além de São Januário e do CT Moacyr Barbosa, Fernando Leite também é responsável pelo CT da base, em Duque de Caxias, e pelo campo do Artsul, que tem parceria com o Vasco.
– Na base, temos outro tipo de solo. Em Duque de Caxias, apesar dos treinamentos intensos de todas as categorias, temos conseguido fazer um trabalho de recuperação muito bom. Este ano, tivemos um desempenho muito melhor do que nos anos anteriores. Estamos em agosto e o gramado está com boa qualidade. O trabalho é realizado semanalmente, alternando os campos. O campo de jogo do Artsul está bem recuperado, com boa qualidade, o que é difícil de encontrar em jogos da base – concluiu Fernando.
A última partida do Vasco em São Januário foi no dia 6 de agosto, contra o Atlético-GO, pela Copa do Brasil. O próximo jogo acontecerá na segunda-feira seguinte, contra o Athletico-PR, pelo Brasileirão. No total, o time ficará 19 dias sem jogar no estádio.
Fonte: ge