Há duas semanas, após o empate com o Bahia em Salvador, Ramón Díaz se posicionou firmemente durante a coletiva de imprensa e afirmou que o Vasco vai se livrar da queda. “O Vasco não vai cair!”, disse com energia. Neste sábado, no clássico contra o Fluminense, a equipe mostrou de onde vem a confiança do treinador.
Combustível para a luta
A declaração parece ter se tornado um estímulo para o Vasco na batalha para evitar o rebaixamento. Como resultado, a equipe nunca esteve tão próxima de sair da zona de rebaixamento: com um jogo a menos, está a apenas um ponto do Santos (17º) e a cinco pontos de Goiás (16º) e Bahia (15º). Os próximos três jogos serão todos confrontos diretos contra equipes nessas posições: Coritiba (20º), América Mineiro (19º) e Santos.
No confronto de sábado, o Vasco de Ramón Díaz impôs ao Fluminense, semifinalista da Libertadores, sua maior derrota nesta edição do Brasileirão – apenas o Fortaleza, na terceira rodada, havia marcado quatro gols contra o rival. Um placar que mostra a melhoria do Vasco, que não marcava quatro vezes em um único jogo desde fevereiro, quando goleou o Boavista no Campeonato Carioca.
O jogo foi uma disputa intensa, com espaços concedidos pelas duas equipes, e o Fluminense teve momentos melhores: a equipe de Fernando Diniz terminou com 63% de posse de bola e 19 finalizações contra oito. Para vencer o clássico, o Vasco mostrou poder de reação e tranquilidade para fechar o jogo – duas características que o time parecia não ter há algum tempo.
O Vasco abriu o placar com méritos, marcando aos 22 minutos do primeiro tempo em uma jogada em que até mesmo os melhores jogadores do adversário foram superados pela técnica e disposição vascaínas: Paulinho deu uma caneta em André, Rossi deixou Marcelo no chão e Praxedes não deu chance ao gigante Nino no duelo pelo alto.
Vasco mostrou força mental
Em seguida, o Vasco sofreu dois golpes duros, justamente quando o Fluminense empatou, com gols de Marcelo e Lima. Mas a equipe de Ramón Díaz não se deixou abalar, como ele mesmo disse na entrevista coletiva pós-jogo:
“Os de fora viram que vamos competir, o Vasco vai competir até o final”.
Foi uma partida em que o técnico argentino foi muito feliz em suas decisões: desde a escolha de Rossi e Marlon Gomes no time titular até a entrada de Gabriel Pec, que se tornou o destaque da partida, marcando dois gols. Pec, com um total de 11 gols, é o artilheiro isolado do Vasco nesta temporada.
Rossi e Marlon contribuíram muito pelas pontas, ajudando os laterais na recomposição defensiva. Por isso, se desgastaram e precisaram ser substituídos no início do segundo tempo. A equipe teve algumas atuações individuais notáveis, como a de Zé Gabriel e Paulinho, que não estiveram diretamente envolvidos nos gols, mas fizeram ótimas partidas.
Já Vegetti, que por vezes é bem marcado e contribui pouco para o jogo, é o centroavante que precisa de apenas uma oportunidade para decidir a partida. Contra o Fluminense, foram duas: ele marcou de cabeça em um momento importante, logo após o empate do adversário, e depois deu a assistência para o gol de Pec, o quarto do Vasco no clássico.
A grande contratação do clube nesta temporada, Payet, entrou no segundo tempo, quase marcou o seu gol e participou da jogada do quarto gol. É um jogador que certamente vai agregar ao elenco e tem potencial para evoluir a cada rodada junto com a equipe.
Com esse desempenho, fica cada vez mais claro que é apenas uma questão de tempo para o Vasco escapar da zona de rebaixamento. Não se trata mais de “se”, mas de “quando”.
Fonte: ge