Contando com a presença da banda do Exército e fogos de artifício, o prefeito Eduardo Paes firmou o documento ao lado do presidente do Vasco da Gama, Pedro Paulo de Oliveira, o ex-futebolista Pedrinho, o qual lhe entregou uma placa comemorativa, uma carteirinha e o título de Membro de Honra do clube.
– O Vasco da Gama impacta todo o público, mesmo aqueles que não torcem pela equipe. Todos nós guardamos lembranças profundas desse local que é São Januário. Não só foi palco de inúmeras vitórias do Vasco, mas também faz parte da trajetória política do Brasil. Foi o clube que, pela primeira vez, enfrentou o racismo no futebol, algo que não deve ser esquecido. Foi o clube que demonstrou para o povo brasileiro que era viável unir diferentes raças e classes sociais – ressaltou o prefeito.
Paes também mencionou que foi um grande desafio aprovar a legislação que viabiliza a revitalização do estádio.
– Durante três anos, debatemos e discutimos com a Câmara Municipal este projeto, este desafio de aprovar uma lei que possibilitasse financiar o novo São Januário. E hoje, aqui, consolidamos esse espaço. É uma honra, uma alegria, como prefeito, conseguir assinar hoje o primeiro passo da reconstrução desse clube, dessa instituição conhecida como Clube de Regatas Vasco da Gama – declarou Paes.
O presidente da Câmara dos Vereadores, Carlo Caiado, recordou que o projeto abarca não apenas a reestruturação do estádio, mas também a valorização da comunidade circundante.
– Esta lei aprovada pela Câmara dos Vereadores, por unanimidade, vai muito além do Vasco da Gama. Ela beneficia o entorno do estádio: São Cristóvão, Benfica, Caju. Uma emenda garantiu que 6% do valor arrecadado será investido em infraestrutura da região. Temos ciência da importância de São Januário para a região. Quando o estádio estava fechado, um estudo da prefeitura indicou que quase 20 mil trabalhadores estavam envolvidos direta ou indiretamente nos dias de jogos. A cidade, a Zona Norte e a economia carioca saem ganhando – afirmou o tricolor Carlo Caiado.
Na prática, o projeto autoriza o clube a transferir o “direito de construir” da área do estádio para interessados, os quais deverão compensar financeiramente essa transferência. Os recursos advindos serão destinados à reforma do estádio e outras melhorias na cidade. As empresas envolvidas na transação poderão utilizar esse potencial construtivo em áreas disponíveis na Barra da Tijuca e nas regiões próximas aos principais corredores viários e de transporte de alta capacidade da Zona Norte da cidade.
Vasco da Gama comemora de forma festiva a aprovação da lei que viabiliza a reestruturação de São Januário – Prefeitura do Rio
A legislação complementar também estabelece a Operação Urbana Consorciada (OUC) do Estádio São Januário, no bairro Vasco da Gama, que será coordenada pela prefeitura e define as contrapartidas para a efetivação da lei. Entre elas, estão a execução de obras de infraestrutura para melhorias no entorno do estádio e a criação de um fundo de mobilidade, com parte do valor negociado entre o clube e as empresas, destinado a ser investido em melhorias no tráfego em determinados bairros da cidade.
O clube também deverá zelar pela preservação histórica da fachada tombada, com sua característica arquitetônica neocolonial, das estruturas da laje de cobertura, e adequar o estádio às normas vigentes para o seu funcionamento.
O presidente do Vasco, o ex-jogador Pedrinho, agradeceu o esforço e engajamento do prefeito Eduardo Paes no projeto de revitalização de São Januário.
– Este é um momento histórico para nós, recordando que São Januário foi erguido por uma mobilização de 10 mil torcedores, que não possuíam conectividade, não dispunham de internet, e construíram o maior estádio da América Latina. Com a Modernização de São Januário, trazemos a possibilidade de um público maior, de mais receita para o clube, de entretenimento ampliado e de estímulo para a economia do Rio de Janeiro – frisou Pedrinho.
Os recursos provenientes dos benefícios da legislação são intransferíveis e não poderão ser direcionados para liquidar dívidas contraídas pela Associação Club de Regatas Vasco da Gama, ou pela Sociedade Anônima de Futebol (SAF), visto que o intuito da lei é preservar, valorizar e resguardar o patrimônio histórico.
O empreendedor Yuri Cardoso, de 31 anos, mencionou que será desafiador se afastar de São Januário enquanto o estádio estiver em reforma.
– É muito emocionante saber que o estádio será revitalizado. Será um sacrifício para a torcida, durante o período das obras, ter que acompanhar os jogos em outros campos. Porém, valerá a pena. Tudo o que contribui para o Vasco e para a comunidade vale a pena. Não tenho dúvidas de que o resultado será espetacular – comentou Yuri, torcedor vascaíno, assim como sua esposa e seu filho Yohan, de 6 anos, que foi batizado na capela de São Januário.

Fonte: Prefeitura do Rio de Janeiro