Gabriel Pec não é mais um juvenil, tampouco simplesmente uma esperança. Após concluir sua estreia na liga profissional de futebol norte-americana, a MLS, o atleta de 23 anos, meia do Los Angeles Galaxy, festeja seu sucesso, a adaptação ao novo lar e o melhor momento técnico de sua carreira. Recentemente, ele foi aclamado como a ‘Melhor Contratação da Temporada da MLS’, superando o ícone Luís Suárez na votação, se consagrando como um dos principais meias ofensivos do país.
Nesta sua primeira temporada, Pec acumulou 19 gols e 19 assistências, protagonizou jogadas impressionantes e encantou tanto a torcida quanto os críticos. A equipe do ge, em Nova York, teve a oportunidade de trocar ideias com Gabriel Pec, que fez um balanço de seus primeiros passos no futebol internacional.
– Nos Estados Unidos, consegui recuperar um pouco daquela essência de moleque que eu tinha, trazendo de volta a criatividade e a alegria nos jogos. Sempre fui aquele garoto que adorava jogar pelada, meus pais até me alegavam porque não parava de jogar. E é nesse tipo de jogo que o atleta se desenvolve, esse é o futebol brasileiro. Além disso, meu técnico me ajudou a me posicionar mais perto do gol adversário, me dando a liberdade de arriscar jogadas individuais. Estou arriscando mais dribles e chutes, e isso refletiu em meus números, graças a Deus. Estou mais confiante também.
Gabriel Pec comemora gol com a camisa do LA Galaxy — Foto: LA Galaxy
Pec passou por uma grande transformação em sua carreira e em sua vida. Adaptar-se a um novo país, aprender inglês, criar uma nova rotina longe de sua terra natal ao lado da esposa Isabella, além de imergir em um ambiente futebolístico global, não é tarefa fácil. No entanto, o jogador encara esses desafios fora de campo como uma grande oportunidade. Gabriel tem aproveitado para conhecer cidades e lugares que sempre sonhou.
– A viagem a Nova York foi um sonho realizado. Já tinha visto muitas coisas em filmes, mas ir até lá foi uma emoção imensa. Sempre quis visitar a Times Square e tirar fotos naquele mar de luzes. Também adorei passear no Central Park, andamos de bicicleta e fomos à Estátua da Liberdade. (…) Durante a temporada, consegui explorar várias outras cidades. Costumo viajar com meu amigo Juninho, que sempre me dá dicas do que há de melhor em cada lugar. Os Estados Unidos são imensos, e a Liga me oferece essa oportunidade incrível de conhecer locais incríveis.
Gabriel Pec já teve a chance de vestir a canarinha em convocações pré-olímpicas, mas ainda não foi chamado para fazer parte do time principal que participa das eliminatórias para a Copa de 2026. A incrível fase que está vivendo no país das oportunidades, somada ao momento complicado da seleção de Dorival Jr, deixa o meia sonhando com uma chance nas futuras listas.
– Desde pequeno, todo jogador sonha em representar a seleção brasileira e eu realmente acredito nesse sonho. Confio no tempo de Deus, e vou seguir trabalhando firme para aprimorar meu jogo taticamente, para que quando o treinador me der uma oportunidade, eu esteja preparado e possa entregar o que ele e a torcida esperam. Creio que no momento certo, Deus irá me abrir uma porta na seleção brasileira e estarei pronto para agarrar essa chance e trazer alegria para o meu país, o que é o sonho de qualquer criança.
Atualmente, a MLS e o Campeonato Brasileiro possuem uma conexão forte no que diz respeito à troca de jogadores. Os clubes americanos estão sempre de olho em talentos como o próprio Gabriel Pec quando estava no Vasco, enquanto times brasileiros reforçam suas equipes a cada ano com os destaques da liga dos Estados Unidos. Atualmente, Pec tem em seu time e também se depara com adversários que o surpreendem com seu talento, e que podem surgir no cenário brasileiro em breve, conforme destaca o jogador do Galaxy.
– Tem muita gente boa aqui na MLS. No meu time, por exemplo, temos um meio-campista incrível que veio do Barcelona, o Riqui Puig, e também o Joseph Paintsil que é muito talentoso. Além disso, tem um jogador no time rival, o Acosta do Cincinnati, que sei que já está nos planos de clubes brasileiros. A Liga está evoluindo, com muitos jogadores se destacando e surgindo para o futebol mundial.
Gabriel Pec brilha na temporada pelo LA Galaxy — Foto: Getty Images
O sucesso que vive atualmente nos Estados Unidos não apaga o amor que Pec tem pelo Vasco, seu clube do coração. Ele mantém contato com os antigos companheiros, tenta acompanhar todos os jogos, mesmo com a dificuldade do fuso horário, e revela ter uma amizade especial com alguns integrantes da equipe cruzmaltina. Se o ditado de que “filho bom à casa torna” é verdade, ainda não é possível afirmar, mas o carinho e as conversas nos grupos de whatsapp com os ex-colegas estão sempre em alta.
– Minha ligação com o Vasco vai muito além de uma simples amizade com os jogadores. Muitas vezes, o torcedor não percebe que há muitas outras pessoas trabalhando no clube, e acabamos criando um forte laço familiar. Eu estou pensando em visitar o pessoal no fim do ano, porque nem consegui me despedir adequadamente dos funcionários. Estava na seleção quando minha transferência aconteceu, então não deu tempo de me despedir. (…) Sou um grande fã do Coutinho. Guardo até hoje a mensagem que ele me mandou quando começou a me seguir no Instagram, mostrei para todos. Ele me enviou uma mensagem muito legal de apoio para eu seguir em frente e continuar o bom trabalho, porque estava indo muito bem. Além dele, tenho outros grandes amigos na equipe, como Léo (Pelé), Vegetti, Jair, PH, Pumita e o Teixeirinha (Alex Teixeira). Todos são amigos e estamos sempre trocando ideias. É uma grande família.
Fonte: ge