Em 2016, Ruiter partiu em busca de novas aventuras. Ele foi para a Austrália, e essa mudança transformou sua vida. Lá, ele encontrou Eleanor, uma inglesa com quem teve dois filhos: Alice, de quatro anos, e Luca, de dois. Agora de volta ao Brasil, a família compartilha uma paixão em comum: o futebol e, naturalmente, o Vasco.
A partida entre Vasco e Bangu, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, significou muito mais do que apenas uma quarta rodada de Campeonato Carioca. Para Ruiter, foi o primeiro encontro dos filhos com o time de coração e uma grande experiência para Alice e Luca, que entenderam um pouco mais sobre o sentimento do pai pelo clube.
Ruiter Meireles, de 36 anos, viveu na Austrália durante seis anos, mas nunca deixou de acompanhar o Vasco, mesmo estando longe do Rio de Janeiro e morando em outro continente. Essa paixão pelo clube carioca influenciou os filhos e a esposa.
“Ir para fora (do Brasil) me fez ainda mais vascaíno. Aquele sentimento de que me mantinha mais perto do Brasil. Eu assistia aos jogos muito sozinho, por conta do fuso horário. Ouvia vários jogos pelo rádio enquanto trabalhava como motorista de caminhão de madrugada na Austrália. Já fui faltar muito trabalho para assistir a jogos importantes. Ligava para o patrão e avisava. E como eu recebia pelo dia, o jogo saía bem caro para mim” – contou Ruiter.
Após quase dois anos morando na Austrália, Ruiter conheceu Eleanor, que já vivia por lá há sete anos, por meio de um aplicativo de relacionamento. Eles ficaram juntos e tiveram dois filhos. Os quatro moraram no país da Oceania até o início de 2021. Depois, passaram seis meses no Brasil e decidiram ir para a Inglaterra. Após dois meses e muitas tentativas frustradas de Ruiter conseguir o visto de cidadão inglês, Eleanor decidiu morar de vez no país do marido, a partir de dezembro de 2022.
Ruiter contou ao ge que logo no início do relacionamento a esposa se espantou com a forma como ele se comportava quando o assunto era Vasco.
Com a mudança para Brasília, surgiu a oportunidade de levar os filhos ao Estádio Mané Garrincha para ver o Vasco jogar. Em duas ocasiões, Ruiter levou o pai junto com a esposa, mas foi na partida contra o Bangu, no dia 28 de janeiro, que ele finalmente conseguiu levar os filhos. Neste jogo, Eleanor fez um vídeo documentando a experiência de Luca e Alice em seus primeiros contatos com o Vasco e a torcida. O vídeo foi publicado nas redes e viralizou (veja no topo da matéria).
“Quando vi o vídeo e a repercussão, foi incrível. Porque meu sonho era construir uma família, ter filhos. Sempre imaginei isso: ter filhos vascaínos, a família toda vascaína, indo para os jogos. Ver a repercussão que rolou, vendo meus filhos aparecerem em páginas do Vasco foi algo inimaginável. O Vasco é incrível e parte da nossa família pelo resto da vida” – disse Ruiter.
É natural que os filhos se inspirem nos pais, especialmente em algo tão presente no cotidiano deles, como é o caso do Vasco, mesmo com Ruiter vivendo fora do Rio de Janeiro e tendo filhos ainda se acostumando com a cultura brasileira. Ele contou também que não pressiona os pequenos.
“É muito natural. Acho que a paixão que eles veem no pai é algo que eles não enxergam em mais nada na nossa vida. Não tem como explicar, como já diz a música. Eles são bem vascaínos e acompanham os jogos, até porque nos dias de jogos eles podem dormir mais tarde.”
“Minha filha sempre pergunta quando tem jogo. No estádio agora, que fomos em Brasília, no vídeo que minha esposa fez, ela fala em inglês bem baixinho: ‘Galera, está acontecendo uma coisa mágica aqui hoje’. Ela filma o campo, a torcida e depois volta a câmera e fala: ‘Olha que linda essa cruz (de Malta) aqui’.”
Eles ainda não tiveram a chance de vir ao Rio para viver a experiência de ver um jogo em São Januário. Ruiter só experimentou isso uma única vez, em um momento muito especial para qualquer vascaíno que acompanha a história recente do clube e não teve tantos momentos positivos para guardar na memória.
“Eu fui uma vez em São Januário, na final da Copa do Brasil, em 2011. Eu nunca vou esquecer, lembro de cada segundo daquele dia. Foi a coisa mais incrível e emocionante que eu já vivi. Foi uma das melhores experiências que já tive na vida. Aquela torcida louca cantando sem parar. E ainda mais sendo campeão, não tem como esquecer. E meu sonho é levar os meus filhos e a minha esposa para vermos uma vitória do Vascão em São Januário” – concluiu o torcedor.
Fonte: ge