– Precisávamos do resultado hoje, era crucial vencer a qualquer custo. Sabemos que não jogamos como gostaríamos, ficamos bem abaixo do nosso nível habitual. Estávamos cientes de que seria um jogo emocionalmente complicado, especialmente após a derrota para o Atlético-MG, onde tomamos aquele gol no último minuto, podendo ter ido para os pênaltis. Era certo que enfrentaríamos dificuldades hoje. Não conseguimos encaixar o jogo, mas o mais importante era a vitória, um 1 a 0 ficou sendo uma goleada para nós – avaliou Rafael Paiva.
– Vamos encarar essas próximas partidas como oito finais e lutar o máximo possível. O mínimo que devemos almejar é uma vaga em competições sul-americanas. O triunfo de hoje foi essencial, traz uma nova energia e vamos nos esforçar muito para continuar na parte de cima da tabela – completou.
Um dos tópicos discutidos na coletiva foi a diminuição do espaço de Payet, que começou no banco de reservas nos últimos jogos. Contra o Cuiabá, o francês entrou em campo aos 41 minutos do segundo tempo e recebeu elogios do treinador. O ge informou que há a possibilidade de uma conversa entre a diretoria e o meia ao final da temporada para discutir seu futuro no Vasco.
– Payet é um atleta extremamente profissional, ele tem respeitado muito a nossa abordagem. Tentamos montar o jogo dele junto com o Coutinho e sabíamos que teríamos dificuldades na partida contra o São Paulo. Esperávamos ter mais controle, mas não funcionou. O Coutinho foi fundamental contra o Atlético, e acabamos utilizando o Payet menos do que desejávamos. Hoje, a partida estava complicada, tentamos colocar o Maxime e o Meneses para ter mais controle e dois jogadores com características diferentes – comentou Paiva, que acrescentou:
– Payet entrou muito bem, mostrando seu profissionalismo e motivação. Nas conversas nos treinos, ele impulsiona o time. Ele sabe do peso que carrega, e estamos felizes que, mesmo em pouco tempo, ele tem contribuído bastante. É um jogador que está treinando em ótimo nível e, quando tiver mais tempo em campo, certamente fará ainda mais diferença.
Com essa vitória, o time chegou a 40 pontos e ocupa a 10ª posição. O próximo desafio do Vasco será na segunda-feira, contra o Bahia, às 21h, em São Januário. Rafael Paiva não poderá contar com Hugo Moura e Vegetti, ambos suspensos após receberem o terceiro cartão amarelo.
Rafael Paiva em Vasco x Cuiabá — Foto: André Durão / ge
Outras declarações de Rafael Paiva:
Desgaste após a eliminação na Copa do Brasil
– Creio que o maior desgaste que tivemos hoje foi mental. Mesmo cientes disso e discutindo bastante sobre o tema, precisávamos dar uma resposta, mas a disposição não era a mesma. No jogo contra o Atlético, a torcida foi fantástica e nos apoiou incondicionalmente. Acreditávamos na classificação. Após uma eliminação como a que tivemos, onde perdemos uma chance de chegar a uma final que o Vasco não disputava há tempos, sabíamos que seria difícil hoje devido ao desgaste emocional.
– No começo da partida, isso ficou evidente. Criamos duas boas oportunidades, uma com o Vegetti dentro da área e outra de rebote de escanteio com o Léo. Poderíamos ter aberto o placar antes, mas novamente, hoje foi uma goleada para nós, porque precisávamos vencer. Tenho certeza de que, na segunda-feira, estaremos focados nos oito jogos restantes e tratá-los como finais.
Hugo Moura e Vegetti fora do jogo contra o Bahia
– São dois jogadores fundamentais para a estrutura da equipe, ao lado de outros. Eles farão falta na partida contra o Bahia, mas é hora de dar oportunidades a outros atletas que têm se preparado para isso. Agora temos oito finais e precisamos dar o nosso melhor, independentemente de quem entrar em campo.
Puma Rodríguez
– Puma tem sido utilizado como atacante em diversas partidas, atuando como extremo para se complementar com o PH, e tem se mostrado eficiente. É um jogador forte, com boa finalização de média distância e excelente cruzamento. Quando parte para dentro, utiliza bem a perna esquerda para dar continuidade às jogadas. Tem agradado tanto como ponta quanto como lateral. Como o PH saiu no primeiro tempo, ele acabou voltando para sua posição original. É um atleta confiável e as convocações para a seleção uruguaia têm aumentado sua confiança. Ele consegue fazer bem as duas funções, e hoje sabíamos que enfrentávamos um desafio, mas vamos conseguir desenvolver melhor nosso jogo.
Retorno de Jair após quase nove meses fora
– A situação de Jair era delicada: quanto tempo fora e qual teria sido o momento ideal para voltar? No Vasco, raramente existem momentos tranquilos. Eles sabem que o retorno sempre acontece em jogos de alta intensidade. Ele poderia ter sido relacionado contra o Atlético, mas decidimos não arriscar, dada a importância e a intensidade do jogo. Optamos por protegê-lo. Sabíamos que hoje seria complicado, mas ele já se sentia melhor e mais confiante. Acredito que ele teve uma boa atuação, é um jogador vital e querido no grupo. Extremamente experiente, precisamos dessa vivência. Ficamos muito felizes com o retorno do Jair, é uma adição valiosa.
Paulinho e Adson quando voltam?
– Paulinho ainda está em processo de transição e sem contato, não deve voltar logo. Precisamos ter paciência. Isso depende muito do seu progresso diário. Adson, por outro lado, ainda não reiniciou os treinos com o grupo e necessitará de um pouco mais de tempo.
Paulo Henrique está bem? (O lateral sentiu falta de ar e foi substituído no primeiro tempo)
– PH tem apresentado tosse e sintomas de gripe. Desde a partida contra o São Paulo ele já estava assim, se sentindo muito mal, tínhamos receio do jogo contra o Atlético, mas ele conseguiu suportar. Está em tratamento com antibióticos, e já prevíamos que teria dificuldades hoje, mas esperávamos que fosse um pouco mais longe. Acabou saindo mais cedo, mas esperamos que contra o Bahia ele já esteja quase 100%.
Coutinho
– Coutinho carrega uma pressão enorme, tanto para ele quanto para o Vasco e o futebol brasileiro. Essa vitória é importante para aliviar um pouco desse peso. Ele é um jogador incrível, acima da média. Ele também quer muito fazer um gol. Já marcou dois, mas nenhum aqui em São Januário. Quando ele fizer um gol, certamente essa carga irá desaparecer. Ele está cada vez mais se adaptando ao futebol brasileiro e será fundamental nestes próximos jogos.
Mais oportunidades aos jovens da base
– Nossa intenção era dar chance a todos, mas sabemos o quanto é pesada a camisa do Vasco. A pressão é imensa. Leandrinho e Rayan têm ganhado mais minutos, JP estava jogando, mas agora se recupera de uma lesão e ainda não voltou a atuar nem no Sub-20. Tenho confiança de que, quando Luiz puder jogar, ele vai deixar uma marca importante no Vasco. Contudo, jogar na defesa do Vasco é uma grande responsabilidade. Queremos alcançar uma boa pontuação o mais rápido possível, para ficarmos numa posição confortável e termos um jogo mais tranquilo para lançar o Luiz, mas creio que isso está próximo.
– Ele possui uma condição física excepcional, é extremamente competitivo, mas precisamos ter paciência. Ele terá seu tempo. Bruno Lopes também está se destacando no Sub-20, e Zukarello é um jogador muito técnico. Temos outras promessas que, com certeza, em breve vão receber suas chances. Porém, o momento atual não é o ideal. Quando inserimos jogadores ofensivos, se houver erros, há uma sustentação defensiva por trás. Na defesa, a responsabilidade é muito maior. Tenham certeza de que existem muitos jogadores talentosos que estamos observando. Esperamos que nos próximos oito jogos possamos ter mais facilidade em promover esses atletas.
Entrada do Payet no fim
– A ideia de colocar o Payet em campo foi para que ele pudesse segurar mais a bola. O Cocão não possui essa característica. Payet ajuda na criação ao lado do Jean David. Pensamos em tentar fazer o segundo gol rapidamente, utilizando o Payet para segurar a posse e o Jean para explorar os espaços. Tivemos uma oportunidade com o Vegetti no final para ampliar a vantagem, mas não conseguimos.
Fonte: ge