O comandante analisou o duelo, que marcou o sexto jogo consecutivo sem perder no Brasileirão, destacando a influência de atletas que entraram na segunda etapa.
– Estamos muito contentes com o resultado. Acredito que a equipe, além de se empenhar, o que é uma característica nossa, tratando cada partida como uma decisão, conseguiu em alguns momentos mostrar um bom futebol. Passamos dificuldades, mas conseguimos colocar a bola no chão, construir jogadas e fazer transições no final do jogo, revelando a força do nosso coletivo. Os jogadores que entraram participaram do lance do gol e estou vendo uma evolução nos atletas que temos. Sofremos, mas conseguimos equilibrar a partida. E provamos que o Vasco tem garra para encarar qualquer equipe – avaliou.
Antes de atuar contra o Flamengo, Coutinho havia feito apenas quatro jogos pelo Vasco desde seu retorno ao futebol brasileiro, acumulando pouco mais de 90 minutos em campo, tendo sido titular em duas oportunidades e entrando como reserva em outras duas. Paiva pediu calma para o retorno gradual do camisa 11.
– Coutinho é um atleta diferenciado, ficou chateado por não participar dos jogos e está se esforçando para voltar o quanto antes. Ele possui muito talento e é capaz de decidir uma partida a qualquer momento. Hoje, em 20/25 minutos, ele já mostrou a sua qualidade e a diferença que pode fazer. Nos ajudará bastante, e faremos de tudo para que ele esteja presente em todos os jogos, mas precisamos ter um pouco de paciência, assim como fizemos com o Payet.
Com esse resultado, o Vasco conquistou um ponto, alcançando 35 e subindo uma posição na tabela. O time de Paiva agora está na oitava colocação, sete pontos distante do G-6.
Rafael Paiva em Flamengo x Vasco — Foto: André Durão
Confira outras declarações do treinador:
Dificuldade antes das substituições
– O Flamengo nos pressionou bastante. Não estávamos conseguindo forçar o adversário a recuar. Arriscamos algumas jogadas. No primeiro tempo, perdemos uma bola e o Arrascaeta apareceu livre na área. O Flamengo sempre tenta incomodar e roubar a bola. Porém, estamos sempre buscando evoluir, não é nosso estilo simplesmente se desfazer da bola. Estamos em um processo de construção e crescimento.
Melhoras após substituições
– Existem jogos em que é necessário mudar rapidamente. Mas há momentos em que a equipe está estável e, se você altera demais, pode desorganizar. Essas decisões são complicadas. Hoje, a defesa estava sólida. Os jogadores mantinham a posição bem. Apesar do Flamengo ter posse, conseguimos neutralizar suas investidas. Leo (Jardim) fez boas defesas, mas não foi sempre. Sabíamos que se fizesse muitas alterações, poderia comprometer a defesa.
Resultado do clássico
– Clássico tem um peso especial. Eu joguei muitos, na base, e não perdi nenhum. Estamos felizes em conseguir dar a importância que essa partida merece. Um jogo cheio de tensão e detalhes. Estamos desenvolvendo diversas táticas. Poderíamos ter feito o gol da vitória na reta final. É uma partida que se decide em pequenos detalhes. Manter-se ativo durante todo o jogo é vital.
JP fora e Galdames dentro da lista de relacionados
– Sempre buscamos ser coerentes. As escolhas sempre geram questionamentos. Galdames tem treinado com muita intensidade. As escolhas também refletem a resposta ao grupo. Cobramos sempre por melhores treinos. Precisamos estar em alto nível constantemente. Galdames tem demonstrado isso, e ao trazê-lo para o elenco, mandamos uma mensagem importante. Rayan participou do lance do gol e é um jogador que suscita debates. A torcida do Vasco tem suas razões, mas precisamos estar convencidos do que fazemos. JP é talentoso, mas ainda jovem. É complicado relacionar 23 jogadores.
Contato com Rayan, expulso na Copa do Brasil
– Rayan já sentiu o peso da sua atitude após o jogo. Em conversas com o grupo, tanto no intervalo quanto depois, ele já reconheceu que errou. Apesar da sua juventude, ele tem experiência de base. Nossa conversa foi mais sobre reflexão. Não foi apenas o Rayan, outros atletas também poderiam ter cometido o mesmo deslize. Foi um ato impulsivo. Tentamos focar no fato de que nos classificamos, em parte, por causa dele. Se ele tivesse sido expulso, levaria mais tempo para ele se recuperar. Esse é o nosso papel.
Payet
– Participar do jogo defensivamente é fundamental. Ele entendeu que precisa também contribuir na marcação. Ficamos contentes em ver que Payet consegue atuar com intensidade por mais tempo, sem comprometer sua qualidade técnica. Estamos muito satisfeitos com sua atuação, tanto defensivamente quanto ofensivamente. Ele é um jogador muito acima da média.
– Estamos buscando colocar o Payet mais perto dos lances. Ele não é um jogador conhecido por profundidade, então organizamos suas movimentações para que ele possa contribuir mais. Quanto mais ele participar da construção das jogadas, melhor saímos (com a posse de bola). Ele se adapta bem aos espaços vazios e isso tem sido essencial.
Jean David
– Ele segura mais a bola. Não poderíamos simplesmente perder a posse e permitir que o Flamengo atacasse. Contudo, precisamos ter paciência, já que ele passou muitos anos no futebol mexicano e agora está se adaptando ao brasileiro. Temos um tempo curto para ajustá-lo. Na sexta-feira, nossos atletas estavam exaustos. Estamos certos de que Jean será um grande apoio. Ele já demonstrou serenidade jogando pela direita ou centralizado… Ele vai crescer e será de grande ajuda.
Não utilizar o Maxime Dominguez
– Também precisamos ter paciência. Ele já provou ser um jogador talentoso e técnico. Ele nos ajudará muito no futuro.
Mentalidade e resposta ao 6 a 1
– Não levamos para o lado de dar uma resposta (ao 6 a 1). Queremos que o Vasco sempre lute por algo maior. O jogo do primeiro turno foi muito abaixo do que esperávamos. Mais do que uma resposta, precisamos construir nossa mentalidade. Mantivemos um nível de concentração alto durante toda a partida. Não deixamos a partida se tornar caótica como costuma acontecer nos clássicos. Antes da derrota para o Atlético-MG, estávamos invictos em oito jogos. Estamos estabelecendo boas bases. A resposta precisa estar dentro de campo.
Fonte: ge