– É sempre essencial vencer, ainda mais no início de um trabalho. No final do primeiro tempo, sentimos o desgaste físico e hesitamos em fazer (as substituições) no intervalo, temendo que isso pudesse nos prejudicar no segundo tempo. Assim, decidimos voltar com a mesma formação. Mas percebemos que fisicamente estávamos um pouco abaixo. Com 15 minutos, tive que fazer três mudanças e segurei as outras duas para qualquer emergência. A evolução será um processo gradual. Hoje observei aspectos importantes no jogo que eu esperava. Os erros são normais no começo, principalmente quando a fadiga começa a aparecer. Estou muito contente com este momento, minha estreia em São Januário pelo Vasco. A torcida nos apoiou o tempo todo e nós mostramos nosso valor em campo. Os jogadores que entraram deram resposta, fazendo a equipe crescer novamente. Não se trata apenas de preparar 11, mas sim todo um elenco. Estou muito feliz com isso, mostrando que estamos na direção certa – afirmou Carille.
Os gols da vitória foram de Vegetti (duas vezes), Coutinho e Paulo Henrique. O Vasco retorna aos gramados na próxima quarta-feira, às 19h (horário de Brasília), contra o Maricá. Embora o rival tenha o mando de campo, a partida será realizada em São Januário.
Confira outras declarações de Carille:
Coutinho
– A expectativa sobre ele é imensa e isso é justo, né? Dado tudo que ele já conquistou e por onde passou, é um profissional exemplar, afinal, não permanece na Europa à toa. Para um jogador se estabelecer lá não basta ter qualidade técnica, ele precisa ser um bom profissional, e ele é. Nós vamos dar total suporte para que ele se desenvolva.
Melhor meio-campo do Brasil?
– É um ótimo meio-campo, mas estou acompanhando, por exemplo, o Matheus (Carvalho) desde o ano passado; ele é um jogador que aprecio. Temos o Payet, que estou cogitando usar ao lado dos dois (ele e Coutinho). Neste momento, minha preocupação é se começo com os dois, e depois, não conto com nenhum deles no final da partida; preciso ter esse cuidado no início. Mas este é um grupo equilibrado, com a maioria das posições bem disputadas. Isso nos dá confiança para continuar o trabalho e trazer uma proposta de jogo clara que todos compreendam.
Planos para Vegetti
– Tecnicamente, todos precisam e vão melhorar, inclusive ele. Quero ter opções de atacar a área do time adversário por dentro e pelas laterais… Hoje, tivemos um cruzamento do Piton, PH, e o Vegetti até foi à direita para ajudar dentro da área. Ele vai evoluir, assim como os demais. O grupo precisa entender quem é o Vegetti, e ele precisa compreender nossa proposta. Daqui a pouco, ele pode ser fundamental para segurar os zagueiros enquanto trabalhamos por trás. Mas é um jogador que quer participar com e sem bola. Sem bola, muitas vezes ele se afasta para pressionar o zagueiro sozinho. É preciso respirar. E muitas vezes, com a bola, ele acaba saindo de sua posição. Ele quer contribuir, o que é positivo, mas isso requer trabalho meu e da comissão para que ele entenda. Um jogador que é exemplo, mostrou isso desde o primeiro dia, e ele vai se desenvolver junto com o grupo.
Reforço para a ponta
– Sabemos que isso é necessário, mas tenho consciência de que não é fácil. Portanto, meu trabalho é encontrar alternativas.
Time já como deseja?
– Os dois jogos em Manaus e os primeiros 25, 30 minutos de hoje são o que eu busco. Envolvendo, tocando, mas depois que começamos a perder, isso demanda mais do físico, movimentação, abertura de linhas de passe… Você não pode parar, deve marcar quando não está com a bola. Assim, vamos ganhando tempo e ritmo, ampliando nosso tempo dentro de uma ideia. A característica do nosso elenco atualmente é que não temos jogadores que saibam atacar espaços. Não temos isso; posso buscar melhorias, mas será esporádico. Nós vamos ficar com a posse de bola. Esse é meu objetivo e é isso que vou trabalhar e insistir.
Alex Teixeira e Maxime
– Nosso trabalho é ser muito claro com todos os atletas para que compreendam. Não trabalho apenas com 11, mas com todo o elenco. Nos jogos em Manaus e no de hoje, minhas substituições foram mais pela parte física. O Maxime sei que pode jogar por dentro ou aberto. Ele gosta de atuar mais centralizado e já conversamos sobre isso. É um jogador que pensa rápido, tem dribles agudos, e entrou bem lá em Manaus. Para nós, ele é uma alternativa. O Alex teve um tempo parado até vir para o Vasco, e por isso, é o mesmo caso do Coutinho, que vem de um futebol de baixa intensidade. Eles estão agora participando de uma fase de pré-temporada que será importante para eles e para nós.
Alex Teixeira x ponta buscada
– É um jogador que vem cumprindo o seu papel na lateral, muitas vezes acompanhando o lateral adversário. Além disso, é um cara que adora a área e fazer gols.
Jair como opção contra times mais fortes?
– Pode ser, sim. Comentei há pouco sobre o equilíbrio do elenco em algumas posições e o meio de campo é uma delas. Tenho certeza que quem eu colocar vai trazer um resultado positivo, vai dar trabalho ao adversário. Não vejo a possibilidade de começar com os dois (Payet e Coutinho) e não contar com nenhum deles no fim do jogo. O meia que chega à área, que participa das jogadas. O Payet através dos passes, e o Coutinho com dribles, como foi seu gol hoje. Temos um grupo equilibrado e que pode, sim (ter Jair). Não temos uma equipe definida, e essa questão nunca será definitivamente resolvida. Tenho minhas preferências neste momento, mas respeito todos e deixo todos buscando seu espaço.
Reserva para Vegetti
– Temos um garoto da seleção, lembro que assisti a um jogo contra o Bahia, quem foi mesmo? Ah, o Rayan! Ele fez uma boa partida, tem um bom jogo por baixo e presença de área. Espero que esteja com a gente logo, para que possamos conhecê-lo melhor.
Necessidade de reforços
– Você sabe que quando conversei em dezembro, no meu acerto com o Marcelo Santana e com o Felipe, já falamos sobre essas posições carentes no elenco. Vamos tentar, embora isso não seja fácil. Estou ciente de que não é uma missão simples. Então, com o trabalho, isso só reforçou o que já sabíamos. Desde dezembro, discutimos essas características que faltam no grupo, e isso é complicado. Raramente vocês me verão reclamando sobre isso. Vejo muitos técnicos se queixando e pedindo, mas eu tenho que buscar alternativas. Muitas vezes, não conseguimos trazer um jogador tão qualificado, e é melhor não ter do que trazer alguém que não agregue. Assim, buscaremos nossas alternativas com o que temos aqui. Desde dezembro, ouvi isso e comecei a vasculhar vídeos, pois é um trabalho meu para entender tudo. Sei que logo teremos o Adson, né? No meio do ano, mas ainda está longe, e há também o David, um jogador forte, de lado, que segura. Contudo, é essencial que novos jogadores cheguem para equilibrar a equipe. Se não vier nenhum, é nosso dever encontrar alternativas.
Fonte: ge
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