Em agosto, o Vasco trouxe Daniel Brito como o novo chefe do scout. Ele veio do Flamengo para ocupar o lugar de Witor Bastos, que estava em São Januário antes da formação da SAF. Daniel, atualmente, conta com a colaboração de três analistas de mercado que compõem a equipe de scouting do clube.
Daniel Brito, head scout do Vasco — Foto: Leandro Amorim/Vasco
Os analistas em questão são Saulo Matos, Ian Moura e Anderson de Almeida, que foi contratado recentemente. O departamento de mercado passou por mudanças desde o ano passado, com saídas de Witor, Rafael Barros, Ricardo Leite e Guilherme Coimbra para outros clubes. Ian veio das categorias de base, enquanto Anderson tem experiência em clubes como Bangu, Madureira e Audax.
— Já fizemos algumas alterações (no setor de scout) e começamos a traçar um perfil, um diagnóstico de atletas que acreditamos que podem agregar ao Vasco. É fundamental que possamos alinhar isso com o modelo de jogo do treinador. Se encontrarmos uma boa sintonia, será maravilhoso — comentou Pedrinho.
Pedrinho citou o Fortaleza como um exemplo a ser seguido, pois, mesmo com um orçamento inferior, consegue competir com clubes que possuem folhas salariais muito mais altas. Ele revelou uma conversa com Marcelo Paz, onde ficou claro que a folha do Fortaleza gira em torno de R$ 8 milhões mensais, metade da folha do Vasco.
— Precisamos ter clareza de que devemos mostrar a capacidade de sermos eficazes. O acerto nem sempre está ligado a um jogador famoso. Tanto que o Fortaleza teve muito sucesso com Moisés e outros atletas. O que levamos em conta na análise de mercado é a perfilagem do atleta e a faixa de mercado. Ali, é crucial que sejamos certeiros, provavelmente não será um jogador de renome, mas ele precisa corresponder tecnicamente. Sinto que deixamos a desejar nessa janela, deveríamos ter atuado melhor.
A equipe do Fortaleza conta com quatro membros no chamado CIFEC, Centro de Inteligência do Fortaleza Esporte Clube. A estrutura do Vasco é menor em relação aos seus rivais cariocas. O Flamengo possui um chefe de scout e cinco analistas de mercado, enquanto o Botafogo tem um chefe de scout, um coordenador e mais quatro scouts.
Na coletiva, Pedrinho destacou que o planejamento de mapeamento do mercado começou há mais de dois meses com a equipe de scout e o departamento de futebol.
Maior influência nesta janela?
A decisão final sobre contratações não repousa sobre o scout, mas é uma responsabilidade do diretor de futebol. O departamento de mercado atua filtrando e levantando nomes que são apresentados diariamente à equipe de futebol. Com a saída da 777 do quadro diretivo e o controle do futebol mantido por Pedrinho até a venda da SAF, a expectativa é que o scout do Vasco tenha um papel mais protagonista na próxima janela.
Durante a gestão da 777 Partners, o setor de mercado do Vasco compartilhava responsabilidades de scout com a empresa americana, que detinha a palavra final nas contratações.
Além da interferência da 777, há também a influência do diretor esportivo. Internamente, percebe-se que a fase mais harmoniosa entre scout e departamento de futebol na era SAF foi com Paulo Bracks. Ele tinha uma boa sintonia com a equipe de mercado, que teve participação em indicações de nomes como Mateus Carvalho, Lucas Piton, Paulinho, Léo Jardim e Paulinho, considerados sucessos do scout vascaíno.
O ge apurou que o período menos harmonioso entre scout e departamento de futebol ocorreu no início de 2024. A chegada de Alexandre Mattos, junto com a participação de Ramón e Emiliano Díaz nas negociações e sugestões, fez com que esses três tivessem uma maior influência nas propostas para o comitê final da 777.
Fonte: ge