O empate na Serrinha não ajudou a melhorar as situações de Vasco e Goiás na luta para seguir na Série A do Brasileirão em 2024. A equipe esmeraldina teve queda de 45,62% de chances de permanência para 39,63%, enquanto o time cruz-maltino variou de 44% para 46,15%. Apesar da frustração por levar um gol na reta final da partida, os vascaínos conseguiram um empate fora de casa. Ambos seguem integrando a zona de rebaixamento.
Outro integrante do Z-4, o Coritiba venceu o Internacional por 4 a 3 em jogo com quatro pênaltis. Desde 2013, quando o Espião Estatístico começou as análises em jogos do Campeonato Brasileiro, essa foi a primeira partida com quatro penalidades máximas assinaladas. Quanto às chances de permanência, o Coxa subiu de 0,16% para 0,52%, enquanto o Inter caiu de 97,06% para 92,85%.
Assim como o Coritiba, o América-MG também se envolveu num 4 a 3, mas sendo derrotado pelo Grêmio. Com isso, suas chances de permanência caíram para quase 0% – estão em apenas 0,03%. Com 15 pontos atrás da primeira equipe fora do Z-4 e oito rodadas para acabar o Brasileirão, o Coelho deve ter a sua queda confirmada nas próximas rodadas.
Na luta pela permanência, o Santos arrancou um empate no clássico contra o Corinthians e viu suas chances aumentarem de 55,5% para 62,83%. Na próxima quarta-feira, o Peixe terá uma missão difícil pela frente para se afastar ainda mais do Z-4, já que encara o Flamengo, no Mané Garrincha.
Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos todas as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.096 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013, que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes no ataque e na defesa a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente. Os dados ajudam a calcular as chances de cada equipe vencer os jogos restantes, fazendo 10 mil simulações para cada partida a ser disputada, o que resulta nos percentuais do quadro abaixo. A metodologia empregada está explicada no final do texto.
Chances de Libertadores
De volta à boa fase, o Palmeiras está encaminhando sua vaga direta na Libertadores a cada rodada. A terceira vitória seguida alviverde fez as chances de G-4 aumentarem de 61,82% para 78,62%, além de ir a 95,09% de terminar no G-6, que garantiria a classificação à fase prévia da principal competição sul-americana.
Outra subida importante na 30ª rodada foi do Grêmio. Após a segunda vitória seguida com emoção – 3 a 2 sobre o Flamengo na quarta passada e 4 a 3 diante do América-MG neste sábado -, o Tricolor gaúcho foi de 14,73% de possibilidades de terminar no G-4 para 25,91%, e de 42,02% para 60,85% de G-6. O desafio para manter a boa fase e a subida na tabela será contra o Coritiba na próxima quarta-feira, no Couto Pereira.
Chances de título
A derrota do Botafogo para o Cuiabá somada à vitória do agora segundo colocado Palmeiras fez a distância para o líder ficar em seis pontos. Ainda é uma vantagem importante que faz com que as chances de a equipe alvinegra ficar com a taça sejam de 80.02%; eram de 89,48% antes da 30ª rodada.
Botafogo e Palmeiras têm encontro marcado na próxima quarta-feira, às 21h30, no Nilton Santos. Uma vitória alviverde pode agitar a reta final do Campeonato Brasileiro. Neste momento, as chances de título palmeirense são de 7,96%, mas podem subir muito se vier um resultado positivo no confronto direto contra o líder.
Mesmo sem jogar neste fim de semana, Bragantino e Flamengo viram suas chances de título terem uma leve subida. O Massa Bruta foi de 5,75% para 7,53%, e o Rubro-Negro de 1,89% para 3,15%, graças à derrota do líder Botafogo.
Metodologia
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.088 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013.
As variáveis consideradas no modelo são: (1) a distância e o ângulo da finalização em relação ao gol; (2) se a finalização foi feita cara a cara com o goleiro; (3) se foi feita sem a presença do goleiro; (4) a parte do corpo utilizada para concluir; (5) se a finalização foi feita de primeira, ajeitada ou carregada; se o chute foi feito com a perna boa ou ruim do jogador; (6) a origem do lance (pênalti, escanteio, cruzamento, falta direta, roubada de bola, lateral etc); (7) se a assistência foi feita de dentro da área; (8) a posição em que o atleta joga; (9) indicadores de força do chute; (10) o valor de mercado das equipes em cada temporada a partir de dados do site Transfermarkt (como proxy de qualidade do elenco); (11) o tempo de jogo; (12) a idade do jogador; (13) a altura do goleiro em jogadas originadas de bolas aéreas; (14) a diferença no placar no momento de cada finalização.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo. Essa variação indica as chances de os times vencerem cada adversário e, a partir daí, é calculada a chance de os clubes terminarem o campeonato em cada posição.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
Fonte: ge