Confederação Brasileira de Futebol nega requerimento de suspensão do Campeonato Nacional

O chefe da CBF, Ednaldo Rodrigues, declarou que não planeja interromper a competição nacional devido à solicitação do presidente da CPI da Manipulação de Apostas Esportivas, Jorge Kajuru. Ele avalia que as alegações de manipulação na Série A não possuem fundamento até o momento. A entidade assegura que trabalhará para manter o torneio em andamento caso medidas para pará-lo sejam tomadas.

Durante a segunda-feira, a CPI da Manipulação de Apostas ouviu o depoimento do proprietário do Botafogo, John Textor, que reiterou acusações de combinação de resultados na Série A, porém sem apresentar evidências. Em uma sessão sigilosa, ele afirma ter exposto provas.

Na terça-feira, a Associação Nacional dos Árbitros de Futebol solicitou a interrupção da competição nacional. Kajuru defendeu essa atitude durante a CPI no Senado.

“A CBF não cogita em momento algum paralisar o campeonato, que é íntegro. Não é viável interromper uma competição que é irrepreensível e transparente. Se houver qualquer tentativa nesse sentido, a CBF se esforçará para garantir a continuidade do torneio”, afirmou Rodrigues ao blog.

O dirigente destacou que não há nenhum árbitro afiliado à ANAF no quadro nacional da CBF, portanto, uma eventual greve liderada pela entidade não afetaria a competição.

Ednaldo ressaltou os prejuízos para o futebol brasileiro caso o campeonato seja suspenso.

“A CBF respeita todas as entidades e a CPI. Paralisar o campeonato não impacta somente um clube ou um jogador. Atinge todos os contratos de patrocínio, as quatro divisões do Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil. Paralisa o país, as oportunidades de emprego, a logística de viagens. Basear-se em alegações sem substância ou fundamento é preocupante. É necessário que se dê espaço para o contraditório. Se estão fazendo essas afirmações, e esse indivíduo (John Textor) está dizendo isso, é papel da CPI ouvir todos os clubes envolvidos”, pontuou o dirigente.

Ele referiu-se às acusações de manipulação de partidas feitas por Textor com base em um relatório da empresa “Good Game!”, que utilizou Inteligência Artificial e análises de especialistas sobre o comportamento dos jogadores em campo.

O presidente da CBF optou por não comentar sobre Textor, ressaltando que as questões envolvendo o empresário estão sob análise judicial. A confederação move um processo contra o dirigente desde o ano passado, quando o empresário norte-americano alegou corrupção na entidade após uma derrota para o Palmeiras. Cada nova declaração de Textor é acrescentada ao processo original.

Fonte: Blog do Rodrigo Mattos – UOL