Entre os participantes, estavam representantes dos clubes Cruzeiro, Botafogo e Fluminense, que discutiram o impacto das bets especificamente no campo do futebol.
Embora os três clubes manifestassem apoio à regulamentação do setor, todos rejeitaram a ideia de uma proibição e ressaltaram a dependência financeira dos times em relação às casas de apostas. Durante a sessão, também foi apresentado um manifesto que reforçou as opiniões dos representantes dos clubes.
O documento foi lido por André Sica, representante do Fluminense. Nele, assinado por 30 clubes do futebol nacional, afirma-se que a Lei das Bets “pode sim precisar de ajustes, contudo, proporcionou a tão desejada e necessária regulamentação do mercado de apostas”.
“Além disso, é claro que um ambiente regulado possibilita aos clubes aproveitarem os aspectos positivos desse mercado, visto que ele se tornou uma das principais fontes de receita do futebol no Brasil”, prossegue o texto.
O manifesto ainda enfatiza que essa nova corrente de recursos “apresenta uma alternativa vital para que os times consigam lidar com suas dívidas e realizar contratações”, além de favorecer a “competitividade do futebol brasileiro tanto na América do Sul quanto no cenário mundial”.
“Por isso, os clubes reafirmam seu apoio à regulamentação e à continuidade da Lei nº 13.790/2023, que assegura a saúde financeira do futebol brasileiro e lida com os desafios impostos por esse mercado”, finalizou Sica após ler o documento.
Trinta clubes assinaram a carta: América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Atlético-MG, Avaí, Bahia, Barra, Botafogo, Brusque, Ceará, Corinthians, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Guarani, Hercílio Luz, Internacional, Joinville, Juventude, Palmeiras, Paysandu, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, São Paulo, Sport, Vasco, Vila Nova e Vitória.
Além dos times, outras instituições e setores também marcaram presença e foram ouvidos pelo ministro Fux durante a audiência, destacando aspectos como a arrecadação que o governo pode obter através de impostos, além dos muitos problemas causados pelo vício em apostas.
Após a sessão, Fux declarou em coletiva de imprensa que “sem regulação, não se pode continuar nesta atividade”.
“Consegui identificar mais de duas dezenas de pontos de atenção que devem ser considerados pelo Supremo Tribunal Federal, mas algo se tornou muito evidente em todas as apresentações, que é a questão da ausência de regulação”, afirmou o ministro. “A necessidade de regulação ficou bastante clara. Sem regulação, não se pode permanecer nesta atuação”, concluiu.
Fonte: CNN Brasil