O Fortaleza foi superado pelo Cruzeiro fora de casa por 1 a 0, elevando suas chances de permanecer na Série A em 18 pontos percentuais, com sua probabilidade passando de 69% para 87%. O Cruzeiro, que é o 16º colocado, acumula 40 pontos em 33 partidas e conquistou dez vitórias. Com a próxima partida marcada para quarta-feira, às 19h, no Mineirão, o time receberá o Vasco, em um jogo sem torcida. O Vasco, que ocupa a 15ª posição, também com 40 pontos em 33 jogos, contabiliza 11 vitórias. Suas chances de permanecer na Série A, anteriormente em 89%, passaram a ser de 86%. O diferencial para as chances do Cruzeiro serem superiores está relacionado ao nível dos próximos oponentes e ao mando de cada confronto.
Como resultado desse avanço celeste, as possibilidades de Santos e Bahia seguirem na Série A no próximo ano sofreram um declínio. O Santos, ocupando a 14ª colocação com 42 pontos em 34 jogos, detinha um potencial de 92% para permanecer na elite, mas, com a vitória do Cruzeiro, esse índice passou para 90%.
Já o Bahia, que acumula 38 pontos em 34 jogos, apresentava 51% de chances de permanência na Série A no próximo ano, e, com o desfecho do jogo adiado, suas chances caíram para 42%.
Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos todas as finalizações registradas pelo Espião Estatístico em 4.135 jogos do Brasileirão desde 2013. Esses dados são utilizados como parâmetros para mensurar a eficiência atual das equipes no ataque e na defesa, com base na expectativa de gol (xG), uma métrica internacionalmente reconhecida. As informações auxiliam no cálculo das chances de cada equipe vencer os confrontos restantes, por meio da realização de 10 mil simulações para cada partida a ser disputada. A metodologia empregada está detalhada ao final do texto.
Confira as probabilidades de permanência na Série A para cada equipe
Metodologia
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência as finalizações registradas pelo Espião Estatístico em 4.135 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013.
As variáveis consideradas no modelo incluem: (1) a distância e o ângulo da finalização em relação ao gol; (2) se a finalização foi efetuada frente a frente com o goleiro; (3) se foi realizada sem a presença do goleiro; (4) a parte do corpo utilizada para finalizar; (5) se a finalização foi realizada de primeira, após ajeitada ou carregada; se o chute foi executado com a perna dominante ou não do jogador; (6) a origem da jogada (pênalti, escanteio, cruzamento, falta direta, recuperação de posse, lateral, etc.); (7) se a assistência foi realizada de dentro da área; (8) a posição em que o atleta atua; (9) indicadores de força do chute; (10) o valor de mercado das equipes a cada temporada com base em dados do site Transfermarkt (como um indicativo da qualidade do elenco); (11) o tempo de jogo; (12) a idade do jogador; (13) a altura do goleiro em lances originados de bolas aéreas; (14) a diferença no placar no momento de cada finalização.
Por exemplo, em cada cem finalizações da região central próxima à área, apenas sete resultam em gol. Dessa forma, uma finalização deste setor apresenta uma expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada zona do campo possui uma expectativa distinta de conversão em gol, que aumenta em contra-ataques devido à menor presença de adversários para impedir a conclusão da jogada. Cada pontuação é acumulada durante a partida para determinar o xG total de uma equipe em cada jogo. Essa variação indica as chances dos times vencerem seus oponentes e, a partir disso, é calculada a probabilidade de os clubes encerrarem o campeonato em cada posição.
O modelo adotado nas análises segue uma distribuição estatística conhecida como Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) ocorrerem dentro de um intervalo de tempo determinado (o jogo). Para prever as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição, foi utilizada a abordagem de Monte Carlo, que essencialmente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada partida ainda não realizada, foram conduzidas dez mil simulações.
Fonte: ge