A vitória do Irã foi liderada por Morteza Mehrzad, o atleta paralímpico mais alto já registrado e o segundo homem mais alto do mundo, ficando atrás apenas do turco Sultan Kosen, que tem 2m51. Mehrzad, de 36 anos, possui acromegalia, uma síndrome causada pelo aumento do hormônio do crescimento. Aos 16 anos, ele sofreu uma queda de bicicleta e fraturou o osso da bacia. Devido a esse acidente, suas pernas têm uma diferença de tamanho – a esquerda é 15 cm mais longa.
Em 2015, ele começou a jogar vôlei sentado e se tornou mais uma arma na poderosa equipe iraniana, que conquistou sete medalhas de ouro e duas de prata nas últimas nove Paralimpíadas. Eles estrearam nos Jogos no Rio 2016, onde conquistaram a prata. Em 2020, conquistaram o ouro novamente. É extremamente desafiador vencer o bloqueio impenetrável da defesa iraniana ou defender um ataque vindo de tão alto. Neste jogo pela manhã, Mehrzad marcou nove pontos.
– Não há o que fazer. Estamos jogando vôlei sentado e ele está jogando outro esporte – disse Wellington após a derrota.
Situação complicada para o Brasil
Essa derrota para o Irã foi a segunda do Brasil em Paris. A seleção masculina estreou no Grupo B na sexta-feira (30) com uma derrota para a Alemanha, também por 3 sets a 0, com parciais de 16/25, 29/31 e 19/25. Como a vice-líder do ranking mundial, bronze no Campeonato Mundial do ano passado e quarta colocada nas Paralimpíadas de Tóquio 2020, o Brasil agora precisa vencer a Ucrânia no próximo jogo e ainda torcer por uma combinação de resultados para avançar para as semifinais.
– Ainda temos mais um jogo, no qual buscaremos a vitória. Não vamos sair daqui sem vencer, independentemente da classificação, independentemente do que possa acontecer – disse Fabiano, que analisou as derrotas para Alemanha e Irã.
– Sabíamos que nosso grupo era difícil, embora não tenhamos jogado bem contra a Alemanha. Tínhamos uma oportunidade favorável contra a Alemanha e não conseguimos jogar corretamente, ficamos apáticos em quadra. Isso dificultou um pouco mais nossa classificação. Já o jogo contra o Irã sempre será assim. É um jogo difícil, mas bom de jogar. Eles jogam e permitem jogar. Tentamos assumir um pouco mais de risco. O Brasil foi a única equipe no mundo a eliminar o Irã de uma final de Campeonato Mundial, em 2014. Com base em todo o histórico, eles eram os favoritos. Mas não desistimos, tentamos o tempo todo – avaliou o jogador.
Fonte: ge