“Perdi o cara de quem fui reserva por sete anos. Estive na seleção durante todo esse tempo, e fui reserva com muito orgulho.”
— Paulista
Paulista ainda lembrou que a disputa por uma posição na seleção brasileira era intensa, mas Wlamir nunca deu chances de assumir seu lugar.
– O Kanela (técnico daquela equipe) sempre advertia Wlamir: “Se você não ficar atento, ele (que era eu) tomará seu lugar.” Mas isso nunca aconteceu. Ele sempre estava em quadra.
O falecimento de Wlamir ocorre pouco mais de três meses após a morte de outra lenda do basquete nacional, Amaury Pasos, com quem Wlamir mantinha uma amizade. Ambos fizeram parte da histórica geração que conquistou o bicampeonato mundial em 1959 e 1963, além de terem ganhado bronze nas Olimpíadas de Roma em 1960 e Tóquio em 1964.
COB expressa condolências pela passagem de Wlamir Marques
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) também se despediu de um dos maiores ídolos do esporte nacional. A entidade utilizou as redes sociais para prestar homenagem a Wlamir, relembrando seu legado e sua inclusão no Hall da Fama do COB. Confira a nota na íntegra:
“Hoje, nos despedimos de um dos maiores ícones do basquete mundial, Wlamir Marques. Bicampeão mundial, medalhista olímpico em Roma 1960 e Tóquio 1964, e portador da camisa 5 da seleção, ele ajudou a construir a história do basquete e a consolidar o Brasil como uma potência no esporte.
Em 2021, ele foi homenageado ao se tornar parte do Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil.
Seu legado permanecerá imortal, e sua paixão pelo basquete continuará a inspirar futuras gerações. Nossos sentimentos aos familiares, amigos e à comunidade do basquetebol.
Obrigado por tudo, Wlamir!”
CBB também presta homenagens
A Confederação Brasileira de Basquete se uniu ao luto pela morte de Wlamir Marques. Por meio das redes sociais, a CBB destacou as realizações do ídolo e manifestou gratidão por tudo o que Wlamir fez pelo basquete nacional.
– Wlamir foi um dos maiores de todos os tempos a driblar uma bola laranja. Um gênio, extraordinário em quadra. Ele ajudou a elevar o Brasil a um patamar de excelência no basquete. Hall da Fama. Um herói. E fora das quadras, sua simplicidade e humor aguçado eram notáveis. Ele já faz uma falta imensa ao nosso esporte. Meus sentimentos à família. Ele se foi, mas sua lenda permanece – declarou Marcelo Sousa, presidente da CBB.
Além dos títulos mundiais e da medalha olímpica, a confederação também ressaltou a homenagem recebida por Wlamir no Hall da Fama do basquete. Leia a nota da CBB na íntegra:
“O Disco Voador decolou pela última vez para a eternidade. É com profundo pesar que a Confederação Brasileira de Basketball se despede de Wlamir Marques, de 87 anos, um dos maiores ícones da história do basquete mundial, que faleceu nesta terça-feira, 18 de março de 2025, em São Paulo, após um período hospitalizado na UTI.
Natural de São Vicente, em São Paulo, Wlamir deixa um legado indelével, sendo lembrado como um dos legados mais destacados a representar o Brasil no esporte global.
Com uma trajetória brilhante nas décadas de 1950, 1960 e 1970, Wlamir foi peça fundamental nas vitórias do basquete brasileiro em competições internacionais.
Entre suas conquistas estão o Bicampeonato Mundial, duas medalhas olímpicas de bronze – em Roma (1960) e Tóquio (1964) – e títulos nos campeonatos Sul-Americanos e Pan-Americanos.
Além de ser membro do Hall da Fama tanto do Comitê Olímpico Brasileiro quanto da FIBA, Wlamir também foi laureado com o Troféu Heims de Melhor Atleta da América do Sul em 1961 e a Medalha do Mérito Esportivo, honrarias que evidenciam sua importância para o esporte, tanto nacional quanto internacional.
Wlamir Marques, o Diabo Loiro ou Disco Voador, será sempre recordado não apenas por suas vitórias e medalhas, mas também pela ética, determinação e espírito de camaradagem que o caracterizavam. Sua dedicação ao esporte inspirou várias gerações de atletas e ficará marcada na memória de todos que acompanharam sua jornada.
Neste momento de tristeza, expressamos nossos sentimentos aos seus familiares, amigos e a todos que, de alguma forma, foram impactados pela sua trajetória.
Wlamir Marques deixa uma grande lacuna no basquete brasileiro, mas seu nome permanecerá eternamente gravado na história desse esporte.
Descanse em paz, Wlamir. Seu legado viverá para sempre. Eterno Diabo Loiro!”
Outras ligas e entidades também se manifestaram nas redes sociais, relembrando a relevância de Wlamir Marques. As principais competições brasileiras, como o Novo Basquete Brasil (NBB) e a Liga de Basquete Feminino (LBF), prestaram suas homenagens:
– É com grande tristeza que a LNB comunica o falecimento de Wlamir Marques, aos 87 anos. Conhecido como “Diabo Loiro”, Wlamir foi um dos maiores jogadores de basquete da história do Brasil. Medalhista de bronze nas Olimpíadas de Roma, em 1960, e Tóquio, em 1964, além de ser essencial nas conquistas do Campeonato Mundial de 1959, no Chile, e em 1963, no Brasil. Nossos sentimentos aos familiares, amigos e a toda a comunidade do basquete. Uma lenda para a eternidade! – foi a mensagem do NBB.
– O basquete lamenta a perda de Wlamir Marques, um dos grandes nomes da modalidade, bicampeão mundial e medalhista olímpico, que também se destacou pelo Corinthians e cujo nome hoje é sinônimo de grandeza no ginásio poliesportivo do clube. A Liga de Basquete Feminino se solidariza com o clube, a Confederação Brasileira de Basketball e a família do lendário Diabo Loiro – declarou a LBF, que realizará um minuto de silêncio na partida desta terça-feira.
Fonte: ge