O Vasco irá enfrentar o Bahia, no domingo, fora de casa, mas, diante da proibição de público em São Januário, a torcida está planejando um ato de protesto em apoio aos comerciantes locais.
O que ocorreu
A partida será realizada na Itaipava Arena Fonte Nova, às 18h30, válida pelo Campeonato Brasileiro.
A proposta é que os arredores de São Januário recebam uma quantidade semelhante de pessoas como em dias de jogos, a fim de estimular a economia local.
O ato contará com um telão do lado de fora de São Januário e com a presença da bateria da Escola de Samba União Cruzmaltina.
A convocação está sendo feita pela Associação das Torcidas Organizadas do Vasco da Gama (ASTOVAS).
”Queremos reunir cerca de 20 mil pessoas. Esse é o público frequente, aproximadamente a capacidade do estádio. Haverá telão, bateria, bandeiras das torcidas, e muito mais”, afirmou Marcelo Rocha, presidente da ASTOVAS.
”No dia da partida contra o Atlético-MG, no Maracanã, nos reunimos em São Januário e, ao sairmos, um dos comerciantes nos disse: ‘Para mim, o mês acabou aqui’. Então, decidimos que, a partir daquela ocasião, nas partidas fora de casa e enquanto São Januário estiver fechado, nós iremos para lá para ajudar”, completou.
Relatório da Prefeitura
A Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio do Observatório do Trabalho Carioca, divulgou um relatório sobre o impacto da proibição de público em São Januário para os comerciantes locais.
Segundo o documento, ”a ausência de torcedores tem acarretado uma redução nas receitas e na geração de renda das comunidades da Barreira do Vasco, Tuiuti e Arara, áreas que já vinham sofrendo com perdas significativas de empregos devido à retirada de indústrias e transformações no mercado de trabalho”.
O levantamento ainda indica que ”a Associação de Moradores da Barreira do Vasco estima que aproximadamente 18 mil pessoas tenham sido afetadas, direta ou indiretamente, tanto pela proibição de público quanto pela publicidade negativa em relação àquela região”.
”O Observatório do Trabalho Carioca constatou que 92,8% dos candidatos a emprego na região, cadastrados através de ferramentas eletrônicas fornecidas pela Secretaria Municipal de Trabalho e Renda, possuem uma renda familiar de até 2 salários mínimos, na essência ressaltando a vulnerabilidade econômica”.
Além disso, o documento aponta que ”os comerciantes, que dependem do rendimento gerado pelas partidas, compartilharam relatos de uma queda acentuada de quase 60% na receita mensal” e que ”cerca de 300 vendedores ambulantes que atuam fora do estádio, além de 250 vendedores ambulantes credenciados, dependem do movimento gerado por esses eventos para garantir sua renda”.
Fonte: Uol