A ANAF (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol) manifestou o desejo de suspender o desenrolar do Campeonato Brasileiro. A entidade aponta que a competição está sob questionamentos a partir das acusações feitas por John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, sobre possíveis manipulações de resultados.
Resumo dos acontecimentos
De acordo com a ANAF, árbitros encontram-se insatisfeitos e demonstram disposição para realizar protestos nas próximas rodadas do Brasileirão. O posicionamento foi oficializado através de uma nota assinada pelo presidente Salmo Valentim.
A entidade também fez críticas diretas ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e ao presidente da comissão de arbitragem, Wilson Seneme. A ANAF acusa Ednaldo de atrasos nos pagamentos aos árbitros do sexo feminino, e considera Seneme como alguém pouco preparado para a função que exerce, sem possuir nenhum planejamento claro.
Em prol da integridade do futebol, a ANAF insta para a necessidade de interrupção imediata do Campeonato Brasileiro. Um considerável grupo de árbitros demonstra estar pronto para erguer a voz em protesto, diante do atual cenário de descaso e negligência por parte do presidente da CBF, que, em consideração ao esporte, deveria ter a decência de renunciar.
Declaração da ANAF:
Os árbitros necessitam se unir para interromper o desenrolar do Campeonato Brasileiro; a competição se encontra em situação delicada após as acusações de Textor, as quais colocam em dúvida o funcionamento do VAR.
Não há outra alternativa: é imperativo congelar o Brasileirão de 2024 antes que o VAR se torne motivo de investigação policial. Tenho recebido inúmeros contatos de árbitros descontentes, e já contamos com um significativo grupo disposto a, em protesto ao atual quadro, interromper o campeonato em suas próximas fases.
Toda essa situação é resultado de um cenário caótico, no qual o protagonista principal é o outrora afastado presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que parece mais preocupado com seu próprio salário vultoso na entidade do que em cumprir com seus compromissos, como, por exemplo, remunerar as árbitras que trabalham de forma voluntária para a CBF. Desde o ano passado, a arbitragem feminina atua sem receber pagamento em diversas competições nacionais femininas. Isso ilustra o retrocesso ocasionado por sua gestão perante o futebol e a arbitragem brasileira.
Já declarei anteriormente que Wilson Seneme não está apto para ocupar o cargo pelo qual foi designado, sem apresentar nenhum projeto claro. Aliás, qual é a formação acadêmica dele?
Não é requisito ser um especialista no assunto para reconhecer que o ex-diretor de árbitros da Conmebol, demitido sob pressão de alguns países, em razão de bom senso frente a tudo que estamos presenciando, deveria, no mínimo, ser afastado do cargo. Ele não tem controle da situação e levou a arbitragem brasileira ao seu pior patamar, expondo-a no Senado Federal por meio de um dirigente irresponsável que, mesmo sem provas, persiste em afirmar que o Brasil conta com árbitros que manipulam resultados. Isso não só coloca o VAR em desconfiança, como pode acarretar sérios danos à imagem da arbitragem.
Em favor do futebol, é vital a paralisação do Campeonato Brasileiro! E uma parte significativa dos árbitros está determinada a tornar esse apelo por liberdade, devido à insuportável desconsideração e descaso por parte do presidente da CBF, que, em respeito ao esporte, deveria sentir vergonha e renunciar!
Fonte: UOL Esportes