O jovem Estêvão, com apenas 17 anos, desponta como uma promessa do futebol nacional e teve atuação destacada contra o Vasco nesta quinta-feira. No confronto, que resultou na derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, o garoto brilhou ao fornecer duas assistências em jogadas semelhantes. A defesa vascaína falhou em conter o talento do jovem jogador palmeirense.
O jogo já começou com um susto para o Vasco no primeiro minuto. O Palmeiras pressionou o time carioca pelo lado direito, com participações decisivas de Estêvão, Lázaro e Marcos Rocha. A defesa vascaína, formada por Lucas Piton, Léo e Zé Gabriel, teve dificuldades para conter o ímpeto ofensivo palmeirense, o que quase resultou em um gol de Raphael Veiga. O cenário se repetiu segundos depois, quando Estêvão forçou Léo Jardim a fazer a primeira de suas quatro defesas importantes nos primeiros 30 minutos de jogo.
No decorrer dos primeiros 20 minutos, o Palmeiras finalizou 11 vezes em direção ao gol do Vasco. A superioridade palmeirense pode ser atribuída a diversos fatores. O time comandado por Álvaro Pacheco teve dificuldades em manter a posse de bola, abusando de lançamentos longos para Vegetti. Além disso, o meio-campo vascaíno estava praticamente inoperante. Qual seria a explicação para essa fragilidade?
Álvaro Pacheco optou por manter o mesmo esquema tático que falhou contra o Flamengo. A formação em um 5-2-3 teve apenas algumas alterações em relação ao último confronto. Saíram João Victor, Sforza, Payet e Rayan para as entradas de Rojas, Zé Gabriel, David e Rossi.
Dessa forma, o meio-campo vascaíno não conseguiu manter a posse de bola com qualidade, apresentando deficiências tanto na marcação – muitas vezes Zé Gabriel era o único a cobrir o setor central do campo, com Galdames pouco presente – quanto na transição ofensiva. O ataque se limitava basicamente à expectativa de cruzamentos para Vegetti finalizar de cabeça na área.
Para ilustrar, Galdames completou apenas 18 passes certos em 90 minutos. Por outro lado, Sforza, que entrou no fim do primeiro tempo e teve uma atuação discreta, acertou 33 passes.
Os gols sofridos e a mudança tática
Numa jogada de bola parada a favor do Vasco, aos 24 minutos do primeiro tempo, em uma falta mal cobrada por Lucas Piton, a equipe carioca ainda teve a posse da bola, porém Maicon cruzou mal nas mãos de Weverton. A sequência resultou no gol do Palmeiras, com Estêvão passando com facilidade pela defesa vascaína e encontrando Piquerez livre para abrir o placar.
O lance lembrou o gol de Pedro, do Flamengo, marcado sozinho na área no último clássico, com nove jogadores do Vasco ao redor, observando apenas a bola. Neste caso, o espaço na frente da área voltou a ser um problema recorrente do Vasco desde a temporada anterior. Piquerez finalizou sem marcação.
No entanto, um erro individual do Vasco acabou por solucionar um problema estrutural da equipe. Com a lesão de Rojas em um choque de cabeça, Álvaro Pacheco se viu forçado a modificar o esquema de três zagueiros, já que perdeu Medel, que se transferiu para o Boca Juniors, e João Victor, suspenso. A transição para o 4-3-3 melhorou a performance do Vasco a partir dos 35 minutos da etapa inicial.
Mesmo com a melhora após a alteração tática, o volante Sforza, que entrou no jogo, teve desempenho abaixo, permitindo espaços na marcação para Estêvão, que marcou o segundo gol do Palmeiras. Mais uma vez, o jovem atacante encontrou facilidade para superar a defesa vascaína e servir Rony, que marcou sozinho na área, aos 10 minutos do segundo tempo.
Oportunidades com Vegetti e gols anulados
A entrada de Adson no intervalo, no lugar de David, trouxe mais perigo ao Vasco. O jogador, que busca uma vaga no time titular, atuou bem na ponta-esquerda.
Numa jogada em que Adson cruzou para Vegetti, após boa trama de Rayan, o atacante argentino parou em uma grande defesa de Weverton. Logo em seguida, Vegetti balançou as redes após cruzamento de Piton, porém o árbitro anulou o gol vascaíno no VAR por uma falta do atacante em Murilo.
Dez minutos após o gol anulado de Vegetti, outro tento invalidado após revisão do VAR. Numa situação semelhante aos gols do Palmeiras, Mayke cruzou pela linha de fundo para Zé Rafael marcar. O árbitro cancelou o gol devido a uma falta em Zé Gabriel no início da jogada.
Ao término da partida, o Palmeiras havia finalizado 25 vezes contra 10 do Vasco, que errou 89 dos 320 passes tentados, enquanto o time paulista errou menos (83) apesar de arriscar mais (435 chutes). Léo Jardim, com as defesas no início do jogo, evitou um placar ainda mais elástico.
Erros de Álvaro? Dificuldades do elenco?

O Palmeiras já era naturalmente favorito contra o Vasco devido à qualidade dos elencos. No entanto, chamou a atenção a facilidade com que o time paulista conseguiu envolver a defesa vascaína, especialmente no primeiro tempo.
O Vasco teve 11 dias de descanso desde a derrota para o Flamengo. Apesar de Álvaro Pacheco apontar melhorias na equipe em entrevista coletiva, os erros e problemas antigos persistiram: defesa frágil, meio-campo inoperante, setores distantes, vulnerabilidade na frente da área e dependência de cruzamentos para Vegetti.
Fica evidente a necessidade de ajustes na construção do elenco. Mesmo com investimentos, o Vasco ainda não solucionou carências antigas, como as posições de lateral-direito, volante, meia e pontas titulares.
Com exceção de João Victor, suspenso, reforços que custaram mais de R$ 10 milhões cada começaram no banco de reservas: Adson, Sforza, Hugo Moura e Clayton. Enquanto jogadores pouco utilizados em 2024 e criticados em 2023, como Rossi, Puma e Zé Gabriel, retornaram à equipe titular.
Por outro lado, Álvaro Pacheco insistiu em um esquema que já havia falhado contra o Flamengo, resultando nos mesmos problemas. A mudança para o 4-3-3 trouxe certa melhora, com o Vasco se protegendo melhor e tendo maior controle do jogo.
Entretanto, as limitações do elenco seguem como obstáculo. Com desfalques importantes como Payet e João Victor, o time carece de opções no banco para reverter o panorama de uma partida, ou até mesmo formar uma equipe competitiva desde o início. Além disso, o treinador ainda parece não conhecer plenamente o elenco à disposição.
— Com o tempo de treinamento que tive, consegui conhecer melhor o elenco, mas meus jogadores são meus jogadores. Não posso chegar e criticá-los em uma coletiva, pois estão se esforçando ao máximo no momento atual — destacou o técnico em entrevista coletiva.
Sobre as fragilidades defensivas e o conhecimento do elenco, Álvaro Pacheco afirmou que é necessário trabalho e tempo para evoluir o Vasco. No entanto, o clube não dispõe de tempo e precisa urgentemente melhorar sua campanha no Brasileirão, somando apenas seis pontos em oito rodadas e tendo a pior defesa do campeonato.
Nesta sexta-feira, a equipe realizará treinamento em São Paulo, voltando ao Rio para mais preparação no sábado, visando o confronto contra o Cruzeiro no domingo, às 18h30, em São Januário. É um jogo em que o Vasco precisa recuperar pontos e corrigir falhas com a urgência exigida pelo Brasileirão.
Fonte: ge