O Gigante da Colina sofreu uma verdadeira avalanche de ataques nos confrontos diante de Palmeiras e Flamengo no Campeonato Brasileiro. Foram oito gols tomados e 53 arremates contra em apenas duas partidas sob a batuta de Álvaro Pacheco, porém a fragilidade defensiva não é um problema recente. Além de possuir a defesa mais vazada do torneio, a equipe é alvo de um grande número de finalizações. Mas afinal, o que tem feito o Vasco ser tão frágil defensivamente?
Já são 19 gols sofridos em apenas oito rodadas, resultando em seis derrotas na competição. Uma análise detalhada revela como os oponentes têm conseguido ameaçar com facilidade o gol vascaíno.
Conforme levantamento do Espião Estatístico, o time da cruz de malta viu sua meta ser alvejada em 136 ocasiões, o que representa uma média de 17 chutes por jogo. É como se, a cada cinco minutos, uma equipe adversária tentasse finalizar contra o Vasco. Abaixo, um minucioso estudo das finalizações sofridas pela equipe de São Januário.
— O que salta aos olhos nesse gráfico é essa zona frontal. São 17 finalizações ali, um número expressivo. Isso vem se mantendo desde o ano passado. Acredito que esteja relacionado a duas questões: as características de alguns volantes do elenco vascaíno e a ausência de uma sequência — salientou Rodrigo Coutinho, comentarista do Grupo Globo.
Segundo o comentarista, uma alternativa viável seria apostar em outros volantes que ainda não tiveram tantas oportunidades como titulares e até mesmo considerar uma mudança tática, adotando um esquema 4-2-3-1. Coutinho destaca a necessidade de volantes que tenham a capacidade de proteger a entrada da área.
— Os volantes mais aptos a exercer essa função de proteção na frente da área são jogadores que não gozam de tanta popularidade com a torcida: Zé Gabriel e Hugo Moura. Estes seriam atletas que proporcionariam uma maior segurança nesse setor. Galdames e Sforza, por exemplo, não possuem a mesma desenvoltura para pressionar a bola e ocupar a entrada da área que outros volantes do elenco.
Além de outros fatores, o Vasco também encontra dificuldades relacionadas à formação do elenco. Apesar dos investimentos realizados na janela de transferências, os resultados ainda não se concretizaram. A equipe ainda não definiu o meio-campo titular, especialmente a posição de volante, onde Hugo Moura, Zé Gabriel e Sforza já foram testados. A ponta direita, a lateral direita e a formação da zaga também permanecem como incógnitas.
O time vascaíno tem oscilado bastante nos esquemas táticos utilizados. Inicialmente jogando no 4-3-3, a equipe migrou para o 4-2-3-1 e, recentemente, tem empregado um sistema com três zagueiros, esquema este que foi mais recorrente sob o comando de Ramón Díaz no início da temporada, no Campeonato Carioca e nos amistosos.
Contra Flamengo e Palmeiras, o Vasco adotou o esquema 5-2-3. Curiosamente ou não, foram justamente essas partidas em que a equipe sofreu mais finalizações. Diante do Criciúma, a equipe também levou pressão ao ter apenas dois volantes no meio-campo, com Payet, Rayan, David e Vegetti formando o quarteto ofensivo.
Quantas vezes o Vasco foi finalizado em cada confronto?
6 vezes contra o Grêmio
15 vezes contra o Bragantino
10 vezes contra o Fluminense
15 vezes contra o Criciúma
24 vezes contra o CAP
13 vezes contra o Vitória
28 vezes contra o Flamengo
25 vezes contra o Palmeiras
— O fato de persistir nessas falhas ou demorar a corrigi-las não se limita somente aos volantes. Considero que o problema está no sistema defensivo como um todo. É preciso trabalhar mais nos treinamentos, na compactação da equipe, nos movimentos quando a bola está em determinado lado, no tipo de proteção que será feita na área. Quando o adversário circula rapidamente de um lado para o outro. Há um certo tempo que não vemos esses padrões de comportamento no Vasco — pontuou o comentarista Rodrigo Coutinho.
Origem das jogadas
O gráfico abaixo destaca a origem — assistências ou passes que resultaram em rebatidas da defesa vascaína – das finalizações sofridas pelo Vasco no Brasileirão. Fica evidente o problema na intermediária vascaína, seja pelo lado esquerdo, direito ou central.
Além disso, as costas dos laterais do Vasco também têm sido exploradas pelos adversários. Na derrota para o Palmeiras, Estevão concedeu duas assistências pela ponta direita, encontrando um atacante livre dentro da área.
O próximo desafio do Vasco será diante do Cruzeiro, neste domingo, às 18h30, em São Januário, pela nona rodada do Brasileirão. A equipe cruzmaltina ocupa a 14ª colocação na tabela, somando apenas seis pontos em oito jogos.
Fonte: ge