Até o momento, de acordo com levantamento do Espião Estatístico, o time sofreu incríveis 136 chutes em direção ao gol defendido por Léo Jardim – o que representa uma média de 17 finalizações por jogo. Ou seja, a cada cinco minutos, um adversário consegue concluir uma jogada contra o Vasco. Confira o panorama completo das finalizações recebidas pela equipe cruzmaltina.
— O que chama atenção nesse gráfico é a alta concentração de finalizações na região frontal. São 17 chutes só nessa área, o que representa um número bastante elevado comparado ao restante do campo. Esse padrão negativo perdura desde a temporada passada. Acredito que esteja relacionado a duas questões: o estilo de jogo de alguns volantes do Vasco e a falta de continuidade de desempenho — destacou Rodrigo Coutinho, comentarista do Grupo Globo.
Segundo ele, uma possível solução seria apostar em volantes que não vêm sendo titulares de forma regular, além de uma eventual mudança tática para um esquema 4-2-3-1. Coutinho argumenta que o Vasco necessita de volantes cuja principal característica seja proteger a entrada da área.
— Os volantes com maior capacidade de proteção na zona frontal são jogadores que não estão em alta com a torcida: Zé Gabriel e Hugo Moura. Esses atletas teriam mais eficiência na proteção da entrada da área. Já Galdames e Sforza, por exemplo, não conseguem pressionar o adversário da mesma forma, nem ocupar a região da entrada da área com a mesma eficácia que outros volantes do elenco.
Além de fatores táticos, o Vasco enfrenta dificuldades em formar uma equipe coesa. Mesmo com investimentos na última janela de transferências, o retorno não foi imediato. A definição do meio-campo titular ainda é uma incógnita, especialmente no papel de volante, onde Hugo Moura, Zé Gabriel e Sforza já atuaram. As posições de ponta e lateral direita, bem como a composição da zaga, também geram dúvidas.
A equipe cruzmaltina tem variado bastante os esquemas táticos. Iniciou o torneio no 4-3-3, migrou para o 4-2-3-1 e, recentemente, tem experimentado uma formação com três zagueiros, esquema mais utilizado por Ramón Díaz no início da temporada, durante o Carioca e amistosos.
Contra Flamengo e Palmeiras, o Vasco adotou o esquema 5-2-3. Curiosamente, essas foram as partidas com maior número de finalizações sofridas. Contra o Criciúma, a equipe também foi vazada atuando com apenas dois volantes, enquanto Payet, Rayan, David e Vegetti formavam o quarteto ofensivo.
Quantidade de finalizações recebidas pelo Vasco em cada jogo:
- 6 contra o Grêmio
- 15 contra o Bragantino
- 10 contra o Fluminense
- 15 contra o Criciúma
- 24 contra o CAP
- 13 contra o Vitória
- 28 contra o Flamengo
- 25 contra o Palmeiras
— Corrigir essa fragilidade ou demorar para efetuar ajustes não se restringe somente aos volantes. Na minha visão, o problema abrange todo o sistema defensivo. É necessário intensificar os treinamentos, compactar a equipe, ajustar comportamentos quando a bola está em determinado setor do campo e reforçar a proteção na área. A rapidez na circulação de bola adversária de um lado para o outro também tem sido desafiadora para o Vasco recentemente — analisou o comentarista Rodrigo Coutinho.
Origem das jogadas ofensivas
O gráfico a seguir exibe a origem das jogadas que resultaram em finalizações contra o Vasco no Campeonato Brasileiro, indicando os pontos de assistências ou passes que causaram perigo à defesa cruzmaltina. Fica evidente a vulnerabilidade da intermediária vascaína, seja pelos flancos direito e esquerdo ou pelo centro.
Além disso, as costas dos laterais do Vasco estão sendo exploradas com sucesso pelos adversários. Na derrota para o Palmeiras, Estevão concedeu duas assistências pelo lado direito, encontrando jogadores livres na grande área.
O próximo desafio do Vasco será diante do Cruzeiro, neste domingo, às 18h30, em São Januário, em partida válida pela nona rodada do Brasileirão. O time carioca ocupa a 14ª colocação na tabela, somando apenas seis pontos em oito jogos disputados.
Fonte: ge