Nesta segunda-feira, o Vasco fechou a contratação do diretor de futebol Alexandre Mattos, vindo do Athletico Paranaense. Mattos é uma das principais referências do mercado: desde o início dos anos 2010, vem montando equipes campeãs e de destaque no Campeonato Brasileiro — competição na qual já conquistou quatro títulos.
Mattos foi o diretor de futebol do Cruzeiro, bicampeão brasileiro em 2013 e 2014, com um elenco que contava com nomes como Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, vivendo momentos brilhantes em suas carreiras. Esse trabalho levou o dirigente ao centro das atenções em uma época em que seu cargo e funções parecidas recebiam muita atenção no futebol brasileiro.
Posteriormente, foi escolhido para ser o braço direito de Paulo Nobre na reformulação do elenco do Palmeiras, em 2015. Foram quatro anos no clube alviverde, com mais momentos positivos do que negativos. Até 2019, quando foi demitido juntamente com o então técnico Mano Menezes pelo presidente da época, Maurício Galiotte, Mattos presenciou o Palmeiras conquistar o Brasileirão em 2015 e 2016, além da Copa do Brasil no ano em que chegou à equipe.
O trabalho no alviverde foi caracterizado por ter tanto defensores fervorosos quanto críticos contundentes. Na ocasião de sua saída, Mattos foi acusado pela principal torcida organizada do Palmeiras (que hoje se opõe à presidente Leila Pereira) de gastar excessivamente em contratações.
De fato, o dirigente fez o Palmeiras investir mais pesado no mercado, elevando os custos das transferências. Paralelamente, o clube obteve mais receitas com vendas. Em seu último ano antes da demissão, o clube gerou R$ 170 milhões em negociações de chegadas de jogadores e R$ 175 milhões em saídas.
Sua próxima empreitada quase foi fora do Brasil, mas a mudança para o Reading, da Inglaterra, não se concretizou. Em 2021, firmou contrato com o Atlético-MG. Em sua passagem pelo Galo, atuou por apenas 11 meses, porém trouxe para o clube jogadores que ainda integram o elenco atualmente, como Everson, Mariano, Zaracho e Vargas. Contudo, acabou deixando a equipe por decisão de Sérgio Coelho, presidente eleito naquele ano.
Seu último trabalho foi um dos mais autônomos. No Athletico desde janeiro de 2022, Alexandre exerceu a função de CEO de negócios do clube e participou das primeiras negociações por uma Sociedade Anônima do Futebol do clube paranaense, que provavelmente seguirá nessa direção mesmo após sua saída.
Em sua gestão, o Athletico foi vice-campeão da Libertadores em 2022, terminou em sexto lugar no Brasileirão no mesmo ano e disputou até as rodadas finais do último Brasileirão por uma nova vaga na competição continental. Três meses após sua chegada, o clube realizou a maior contratação de sua história, desembolsando R$ 24 milhões por Vitor Roque, que foi vendido por quase R$ 400 milhões para o Barcelona pouco mais de um ano depois. Mattos também foi responsável pelo retorno do ídolo Fernandinho ao clube.
Em maio deste ano, ele comentou sobre sua gestão ao site Superesportes:
— O Athletico é há muitos anos um dos clubes mais organizados em gestão e equilíbrio financeiro do nosso país. Não à toa, ele sempre prioriza esse modelo de estrutura e obtém resultados, como comprovam as conquistas expressivas e o protagonismo, sendo campeão da Sul-Americana e vice-campeão da Libertadores no ano passado. Cheguei com a missão de impulsionar as negociações, ampliar a rede de captação e relacionamento no mercado, gerenciar o futebol, e as coisas estão progredindo bem.
Fonte: O Globo