O clube inglês Everton divulgou que seu principal acionista, Farhad Moshiri, vendeu sua participação para o grupo 777 Partners. Essa é a empresa com sede em Miami que controla o Vasco desde 2022. No entanto, esse negócio precisa ser aprovado pela Premier League.
A relação entre Vasco e Everton na compra e venda de jogadores
Como vai funcionar a relação entre o Vasco e o Everton na compra e venda de jogadores? O time carioca poderá se tornar fornecedor de atletas para o clube inglês por valores inferiores?
Pois bem, durante as negociações para a venda, os dirigentes do Vasco já estavam cientes de que a intenção da 777 Partners era criar uma MCO (empresa que controla clubes em diferentes países).
Esse grupo americano já possui o Genoa (Itália), Hertha Berlim (Alemanha), uma pequena parte do Sevilla (Espanha), o Standard Liege (Bélgica) e o Red Star (França) em seu portfólio. O Everton, entretanto, é claramente o clube de maior poder financeiro por estar na Premier League, onde ocorrem as transações mais valiosas.
Cláusulas para evitar que o Vasco seja um clube satélite
No acordo de venda, o Vasco incluiu cláusulas para se proteger de se tornar um clube satélite. Em primeiro lugar, é o clube líder na América do Sul, o que significa que tem preferência sobre outros clubes do continente. Porém, não tem domínio global.
Por essa razão, foram estabelecidas cláusulas no acordo de acionistas para as negociações de jogadores – vale lembrar que o Vasco possui 30% da SAF, enquanto a 777 Partners possui 70%. As transferências devem seguir uma série de critérios, sendo um dos principais objetivos chegar a um preço justo.
Como uma das garantias, o Vasco tem o direito de exigir uma avaliação externa do jogador, para que o preço seja compatível com o mercado e o clube não tenha prejuízos. As negociações dessas cláusulas foram especialmente delicadas, como apurado pelo blog.
Esse tipo de mecanismo tem se tornado mais comum devido ao aumento das MCOs (empresas controladoras de clubes). Existem clubes que exigem transparência ou condições especiais nas transações entre equipes. No Brasil, o Botafogo já vendeu três jogadores para o Lyon (Jeffinho, Lucas Perri e Adryelson).
Fonte: Coluna do Rodrigo Mattos – Uol