O ex-mandatário que formalizou a criação da SAF do Vasco e o subsequente acordo de venda para a 777 Partners, Jorge Salgado, demonstra confiança no grupo americano, apesar de envolvimento em disputas legais por descumprimento de contratos na Inglaterra e nos Estados Unidos. O motivo é simples: se a empresa não efetuar a transferência de 270 milhões de reais (ajustados pelo IPCA) até o próximo dia 5 de setembro, o clube terá o direito de recuperar 51% das cotas por mil reais, retomando o controle da SAF.
No último final de semana, após a divulgação dos detalhes da ação movida nos EUA pelo fundo Leadenhall Capital Partners, da Inglaterra, exigindo da 777 Partners uma dívida de R$ 1,7 bilhão, Salgado se encontrou com Roberto Duque Estrada, o vice jurídico da gestão anterior, para assegurar que o clube está resguardado. A confiança no cumprimento do contrato foi mantida, pois não se acredita que os detentores de 70% das cotas da SAF perderão o capital investido.
Desta forma, alguns conselheiros já discordam da atual diretoria em relação à forma de supervisionar o contrato com a 777 Partners. Há quem avalie que o clube teria possibilidade de obter êxito em parte das reivindicações, caso houvesse uma negociação amigável. A desconfiança, presente desde antes da posse da diretoria, apenas prejudicou o relacionamento. Além disso, a chance de retomar o controle da SAF em caso de descumprimento contratual diminui a sensação de incerteza.
Nesta terça-feira, uma fonte confiável assegurou que, durante sua recente visita ao Vasco, Josh Wander, presidente da 777, teria recebido uma proposta da Crefisa, parceira master do Palmeiras, interessada em adquirir 30% das cotas da SAF. O fato de Wander não ter se mostrado interessado em negociar essa venda, indica que o grupo confia em sua capacidade de cumprir a integralização dos R$ 700 milhões acordados no contrato.
Caso a atual diretoria do clube reassuma o controle e consiga firmar parceria com um novo investidor, será necessário submeter o caso novamente ao Conselho Deliberativo para aprovação da nova venda das cotas e do modelo de parceria. Esse processo demandará tempo e pode afetar o desempenho da equipe no segundo semestre. Este é, de fato, o grande receio.
Fonte: Blog Gilmar Ferreira – Extra