Ambos contrataram a B. Riley Financial e designaram Ian Ratner e Ronald Glass, ambos da companhia especializada em gestão de situações de crise e reestruturação, como diretores de suas empresas. A informação foi divulgada primeiramente pelo jornalista Philippe Auclair e confirmada pelo ge.
A reportagem teve acesso a um documento anexado à ação movida pelo fundo britânico Leadenhall contra a 777 nos Estados Unidos. Os advogados da empresa, que anteriormente controlava a SAF do Vasco, solicitaram extensão do prazo até o dia 24 de maio para apresentar sua defesa.
No mesmo documento, eles enviaram um e-mail aos advogados da Leadenhall – Leigh M. Nathanson e Roger G. Schwartz -, comunicando sobre as renúncias de Wander e Pasko em 6 de maio.
Desde 8 de maio, a empresa assumiu o controle das operações da 777 ao redor do mundo com o intuito de avaliar todos os ativos e passivos e desenvolver estratégias para manter e otimizar o fluxo de caixa. Josh Wander e Steven Pasko permanecem na empresa, auxiliando a B. Riley no cotidiano e no plano de recuperação financeira da companhia, a qual detém, atualmente, 31% das ações do Vasco.
“O Sr. Pasko e o Sr. Wander possuem vasto conhecimento sobre as operações das diferentes empresas da 777 e têm colaborado com as solicitações de informações feitas pela equipe da B. Riley. Sua ajuda contínua é crucial em relação a determinados assuntos, incluindo a transação envolvendo o Everton Football Club. Ambos seguem empregados nas empresas da 777 e têm cooperado com a B. Riley em sua investigação das operações, supervisão financeira e criação de um plano estratégico de longo prazo”, declara o e-mail da 777 Partners enviado à Leadenhall.
A ação da Leadenhall
Em 3 de maio, o fundo britânico Leadenhall Capital Partners entrou com uma ação na Justiça dos Estados Unidos contra a 777, alegando que a empresa utilizou ativos no valor total de US$ 350 milhões (R$ 1,8 bilhão) como garantia em empréstimos, mesmo não sendo de sua propriedade ou já tendo sido oferecidos como garantia a outras empresas.
A ação movida na corte de Nova York denuncia irregularidades contábeis e possíveis esquemas fraudulentos, colocando em dúvida a estabilidade financeira da empresa que adquiriu o Vasco em 2022.
Um dos pontos centrais do documento aborda o processo decisório da 777. Segundo o fundo britânico, o grupo é controlado por outra empresa americana, a A-CAP. Isso se deve, de acordo com a ação, ao fato de que a empresa de Josh Wander possui uma dívida superior a US$ 2 bilhões (R$ 10,1 bilhões) com a A-CAP.
A A-CAP rebateu ao jornal britânico “Financial Times” que controle a 777 e classificou as acusações como “infundadas e uma tentativa desesperada da Leadenhall de exigir pagamento da A-CAP ao mesmo tempo em que prejudica os segurados da companhia”.
As denúncias envolvendo a 777 Partners surgem em meio às negociações da empresa norte-americana para adquirir o Everton, da Inglaterra. Um acordo para a compra do clube já foi estabelecido, porém ainda não finalizado.
Após a ação, o Vasco também ingressou com um processo contra a 777 Partners no Brasil. O clube obteve uma liminar para retomar o controle da SAF. A empresa americana pretende recorrer. O presidente Pedrinho busca encontrar um novo parceiro para adquirir o futebol vascaíno.
Fonte: ge